Nessa semana reencontrei alguém do meu passado. Foi bonito e também triste.
Bonito porque, no instante em que nos falamos, uma enxurrada de recordações veio à tona. Eu me vi de novo naquela época, jovem, cheia de sonhos, rindo de coisas simples. É incrível como certas pessoas funcionam como uma chave que abre gavetas inteiras de memória. O som da voz, o jeito de andar, até o silêncio carregava um pedaço da história que vivemos juntos.
Mas também foi triste. O tempo, às vezes, é cruel. Ele passa sem pedir licença e deixa marcas que não conseguimos disfarçar. Olhar para essa pessoa foi como olhar para um espelho embaçado do que já fomos: percebi as mudanças, as perdas, os caminhos que se separaram. O que um dia foi presente agora é apenas lembrança.
No fim restou uma melancolia suave por saber que o tempo não volta e que só nos resta viver com as lembranças doces e, ao mesmo tempo, doloridas.
