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Ter filhos é estar no fogão, mudando o cardápio quando eles vão crescendo

Há alguns dias ouvi uma frase que me fez rir e pensar ao mesmo tempo: “ter um filho é como estar com a panela sempre no fogo”. No primeiro momento, achei engraçado. Imaginei aquela panela borbulhando, tampinha tremendo, o vapor saindo e a gente ali, de olho pra não deixar queimar. Mas depois, pensando bem, percebi que a definição é perfeita.

Quando se tem filho, a panela nunca sai do fogo mesmo. Às vezes o fogo está alto. Tipo quando a criança adoece, quando tem prova na escola, ou quando decide que quer “ajudar” a cozinhar sozinha. Outras vezes o fogo está baixo, a panela só faz um chiadinho leve, e a gente pensa que dá pra relaxar um pouco… mas é só virar as costas que o caldo entorna.

E o mais curioso é que isso vale pra qualquer idade. Muda o cardápio, mas o fogão continua aceso. Quando são pequenos, a gente se preocupa se comeram direito, se dormiram bem, se o dente caiu. Quando crescem, a gente se preocupa se comeram, se dormiram, e, ironicamente, se o dente não caiu. O fogo é o mesmo, só muda o tipo de panela.

No fundo, é isso mesmo: ter filho é viver com um olho na vida e outro na tampa da panela. Às vezes o vapor embaça tudo, às vezes o cheiro é maravilhoso. Mas desligar o fogo? Nem pensar. A cozinha da maternidade e da paternidade funciona 24 horas por dia e, por incrível que pareça, a gente não trocaria esse calor por nada no mundo.

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