Notibras

TODA A POESIA AOS OLHOS LEITORES

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EM 14/10 tive a alegria de ver publicado no CAFÉ LITERÁRIO – NOTIBRAS a minha entrevista.

Nela conto um pouco da minha trajetória pessoal, do meu processo de criação literária.

Senti falta de explicitar um pouco mais da minha produção, em especial dos meus livros de poesia até então publicados.

Assim, apresento a seguir os livros de poesia publicados e alguns poemas que fazem parte de cada coleção.

Que seja um momento leitor prazeroso na vida de cada um que por aqui perambular com bons olhos leitores!

“INÉDITOS, INEXATOS – uma coleção de água e vidro” (Ed. FOLHEANDO)

Em “Inéditos, inexatos – uma coleção de água e vidro”, ambos os elementos fluem e lampejam aderentes à composição com intensa gama de simbolismos.

A água, elemento vital, a própria existência, perambula na superfície e nas entrelinhas dos versos. Desvela e vivifica a mais que necessária comunhão: homem e Natureza. Ainda acolhem imagens do vidro, seus espelhamentos. Algo do elaborado pelas mãos e quereres, pelos atos e dizeres transparentes, reveladores.

Convidam cada leitor a acolher os poemas com olhos de quem vê o fundo e o respirar dos tantos sentimentos humanos que correm e brilham no viver de todos nós.

“Inéditos, inexatos” possibilitará um mergulho na experiência de cada um, revelada pelas palavras e ao mesmo tempo um resplandecer de tantos anseios da humanidade, tantos detalhes de ver e estar no mundo. de histórias

https://editorafolheando.com.br/

ANJO ENJAULADO, DEMÔNIO A SOLTA

Você que está
presente
neste poema aquoso
que almeja sem saber
asas sem pecado
ficará liberto nas primeiras sílabas
dissonantes
sibilantes
ou oclusivas.

Eu
de cabelo lambido
já desejei ser outro.

Ela
que me odeia
e fere
indelevelmente
e me trocaria por um gato
rapidamente.

SEM SABER O AMOR (ED. PRIMATA)

“SEM SABER O AMOR” entrelaça em delicado inventário memorialístico e afetivo três breves coleções de poemas: a primeira, oferece aos olhos leitores reminiscências e vislumbres da infância como um mais que feliz regresso. Depois, os versos se remetem, em linhas e entrelinhas, ao fazer da escrita: seus percalços, peripécias, encantos. No terceiro conjunto, o sentimento humano paira, sua diversidade aflora e inunda o momento leitor.

“SEM SABER O AMOR” é um livro alegre, sutil, amoroso. Abre-se aos nossos
íntimos silêncios, às nossas cumplicidades e andanças. Quem não tem algum campo de regresso a revisitar? Com tantos relembramentos, celebramos a existência humana: suas agruras e paraísos.

https://www.editoraprimata.com/sem-saber-o-amor-de-antonio-gil-neto/p

“enquanto todos dormem
acordo tempestades
amanheço rios
fio o indizível”

“a gente sente
arraigada
na pele
no que acaricia
nos víveres
a seda da espera
o tangível
a aura do que se traga e traduz
em poesia”

“Os olhos fotografam as memórias
moídas
amarrotadas
joias,
mas seus brilhos.”

“Sou mosca
de mim mesmo
procurando a brecha
no vidro
para ser
cantoria
de pássaro”

DESERTOS,PÁSSAROS,QUINTAIS ( CARAVANA ED.)

Compreende-se “Deserto, pássaros, quintais” como um resgate vívido de reminiscências. Um espaço silente nos cotidianos que guardam histórias, revelando suas asas adormecidas, detalhes da existência. Os cantos de vida semeados nos poemas, interligam-se em sutis agrupamentos temáticos: cenários da infância, a lida com as palavras no fazer poético, acontecimentos de puro e intenso afeto, olhares díspares e múltiplos frente aos acontecimentos triviais, singulares. Têm algo de inusitado voo. De brincadeira vivaz.

Deserto, pássaros, quintais” quer conduzir o leitor a um campo liberto de sensações: da palavra, criando vozes; do afeto, perambulando pelas entrelinhas dos versos; dos regressos, presentificando-se na memória de cada um.

Nesse alçar de tantos sentimentos tramados, atordoados ao encontro com os versos, por certo virão a tona tantas novas cores e sentidos! Como cantiga de pássaros buscando caminhos na imensidão, entre a aridez e os jardins, os poemas vislumbrarão cotidianos ausentes. Pode ser que o voo de cada leitor crie pungentes rumos para cada poema. Assim o deserto será um quintal feliz!

.https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/desertos-passaros-quintais/

“sou um desses cantos debatendo-se no deserto
ao sopro dos ventos
musicando-se

(…)
brinco com as pessoas que moram em mim e que enlevam o meu coração desnudo
amanheço esperançado por ouvir mais o cântico das águas e a alvorada dos pássaros
(…)

Em desabrochado,
invento
desmedidos quintais
infindo
sentimento.”

“SILÊNCIOS, SEUS ESTILHAÇOS DE SEDA” ( ED. FOLHEANDO)

“Silêncios, seus estilhaços de seda” passeia pelos esconderijos do que fora vivido no mais intimo dos sentimentos humanos: tessituras vivas das relações afetivas, talvez secretas. Mescla memória e invenção: estratégia pulsante do recôndito e das tantas emoções que se revelam e a afloram a olhos nus, vívidos.

Num primeiro conjunto, os poemas podem despertar sentimentos mais leves. Lembranças fluem em tons mais suaves com alguma delicadeza. No segundo, emerge o inesperado; talvez o irreverente, o vertiginoso. O percurso poético abraça o leitor. Leva-o a se adentrar com vagar pelos silêncios musicados e caóticos da vida. No que flui à leitura, novas intensidades silenciosas se reverberam. E brincam com cada um, cúmplices. É de se esperar que muitas histórias de amoroso sentimento e afetos sejam desenlaçados. Nas suas diagonais – entre conforto e alguma dor, devaneio e intimidade – as palavras desabrocharão em novos barulhos e canções acolhidas pelo silêncio de cada um. Pelo amoroso imprescindível.

https://editorafolheando.com.br/

REENCONTRO

Quando te abracei
no silêncio da tarde enclausurada
um vazio dissolveu-se

O doce que pedimos no balcão
o café com um pouquinho de leite
não enviesaram os nossos olhos

O ruído dos carros chapinhando aguaceiro
adentrou-se e ficou mínimo diante dos nossos corações
ribombando
que desenhavam flores e frutos de cristal
no ar comum
imperceptível
do acaso

“ÁGUA,PEDRA,FLOR” -( MONDRU EDITORA )

HTTPS://MONDRU.COM/PRODUTO/AGUA-PEDRA-FLOR/

INVISÍVEL
apago-me nas horas vazias
diluo-me no néctar das dores
busco encantos

sou inocente de todas as culpas e estragos
culpado por esquecer alguma forma de perdão
e enlevo

abraço-me como se fosse esvair em milênios
aprendo com as flores
seu grafar de destinos

olho-me nas palavras quando elas desvelam suas inquietudes
e transbordo

sou objeto com vida secreta
genuína
inexata

……………………….

Antonio Gil Neto, nasceu em Taiaçu, interior paulista. Graduou-se em Pedagogia e Letras. Mudou-se para São Paulo, capital, onde construiu sua carreira profissional na Educação pública. Em paralelo, atuou em vários projetos de formação de educadores e em publicações didáticas, vinculadas ao ensino da nossa língua.
Escreveu livros de literatura juvenil: “A flor da pele” e “Cartas Marcadas” (Ed. Cortez). Também é organizador/autor de “A memória brinca: uma ciranda de histórias do ensino municipal paulistano” (Imprensa Oficial).
Publicou recentemente poesia: “Inéditos, inexatos – uma coleção de água e vidro” (Ed. Folheando), “Sem Saber o Amor” (Ed. Primata), “Desertos, pássaros, quintais” (Caravana editorial), “Silêncios, seus estilhaços de seda”(Ed. Folheando) e“ Água, pedra, flor (Mondru Editora).
Atualmente mora em Ribeirão Preto, SP. Dedica-se a viajar, ao imprescindível das leituras, a (re)escrever com alegria tantos escritos criados ao longo do tempo.

E-mail: antoniogneto@uol.com.br

Instagram: https://www.instagram.com/267gil/

Facebook:https://www.facebook.com/antonio.g.neto.71

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