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Todos perdem quando a diplomacia vira uma escaramuça

No palco global de 2025, a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos expõe as fragilidades das democracias periféricas e os limites do multilateralismo contemporâneo. Quando as tarifas comerciais viram instrumentos de punição política, o comércio deixa de ser livre para se tornar disciplinador.

A teoria dos sistemas-mundo de Immanuel Wallerstein nos ajuda a entender: o Brasil, enquanto economia semiperiférica, é constantemente reposicionado pelas forças hegemônicas. Ao retaliar os EUA, o Brasil reivindica autonomia, mas o faz dentro de um tabuleiro em que suas peças têm menos mobilidade.

Boaventura de Sousa Santos aponta que “o Sul global é mantido em estado de epistemicídio”. O embate com os EUA não é apenas comercial, é simbólico: disputa-se a narrativa de soberania, a legitimidade da voz brasileira no concerto das nações. A retaliação vira performatividade política. E a pergunta ecoa: quem ganha quando dois gigantes se olham como inimigos?

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