Vai que o céu se derrama,
E meu peito se inflama
Com o orvalho da emoção
Há nuvens em rebuliço
Minha voz, num precipício,
Silencia a confissão
Melhor fingir que não vejo,
Se te quero e não me queres
Será que o peito resiste?
Já tracei tantos caminhos
Fins de semana, destinos
A alegria, a gente insiste
Soprando em turbilhão,
Bocas sussurram canções
De um afeto contido
Tardes em tons de carvão
E eu, em contemplação,
Queria não ter sentido
Noite em véu de cetim,
Brisa que dança em mim
E você, o que revela?
Frases com gosto de risco
Beleza em flor de hibisco
Me deixa ser tua aquarela
Se aceita ou se recusa,
Um carinho sem desculpa
Diz: sou feita de ternura
Coração não é muralha
É jardim que se espalha
Sol e lua em doce mistura…