Sete de Setembro é mais do que uma data histórica. É o marco de um povo que ousou escolher a liberdade e que desde então constrói, com erros e acertos, a sua própria identidade. Nesse dia, em que a independência ecoa como símbolo maior do Brasil, precisamos refletir sobre o sentido real de patriotismo. Ele não se resume a bandeiras desfraldadas ou a discursos inflamados, mas se materializa no compromisso diário com o país, com suas instituições, com sua gente.
Patriotismo, para mim, é viver o Brasil em sua plenitude. É defender a legalidade, porque sem ela não há segurança para os cidadãos. É exercitar o humanismo, porque sem ele a legalidade se transforma em mera burocracia. É acreditar que cada brasileiro merece respeito e oportunidades, independentemente de ideologias ou divergências políticas.
Nesse contexto, a palavra anistia ganha especial relevo. Ela não deve ser confundida com esquecimento ou conivência, mas sim entendida como um gesto de grandeza de um povo que busca virar a página das divisões e pacificar o presente sem abrir mão da verdade e da justiça. A pacificação, por sua vez, é condição essencial para que possamos seguir em frente, como nação unida.
O Brasil tem diante de si o desafio de conciliar diferenças. Nossa história mostra que, sempre que radicalizamos, perdemos. Sempre que nos fechamos ao diálogo, atrasamos. Mas quando buscamos o entendimento e respeitamos a Constituição, avançamos. No Dia da Independência, deixo um apelo à moderação e ao equilíbrio. Que o patriotismo seja o norte, a legalidade o alicerce e o humanismo a bússola. Só assim honraremos a coragem dos que nos deram liberdade e construiremos um país pacificado, forte e justo para todos.
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Everardo Gueiros é advogado e empresário. Foi Secretário de Projetos Especiais do Governo do Distrito Federal, Desembargador do TRE-DF, Conselheiro Federal da OAB, presidente da Caixa de Assistência da OAB/DF e Diretor da Escola Superior de Advocacia da OAB/PE.
