Ontem o Brasil parou pra assistir Santos x Vasco. Quer dizer, todo mundo parou. Desde os que ainda acham o Neymar um gênio em fim de carreira, até os que não suportam mais ouvir falar do “idoso Ney”. Teve também o meu grupo: os curiosos de plantão, que ligam a TV mais pra ver o que vai dar e, confesso, com uma pontinha de simpatia pelo time de São Januário.
Já contei aqui que meu pai é vascaíno daqueles raiz. Vive repetindo que o Vasco é o verdadeiro time do povo. E vocês sabem como é, né? Contrariar papai nunca foi uma opção segura, principalmente quando ele está de radinho na mão e camisa cruz-maltina no corpo.
Pois bem, ontem o Vasco resolveu fazer um favor ao Brasil inteiro: 6 a 0 no Santos. Uma goleada tão generosa que até quem não acompanha futebol soltou um sorriso. O país está amanhecendo mais leve, com exceção de uns poucos santistas em crise existencial e, claro, alguns fãs irracionais do Neymar que ainda acreditam que ele vai salvar a pátria na próxima Copa do Mundo.
Eu só sei que meu pai dormiu feliz, o Vasco ressuscitou em grande estilo, saiu da zona de rebaixamento, e o Brasil, por um instante, se uniu em rara harmonia: vibrando com a desgraça alheia. Futebol também é isso, né?
