A vida é feita de momentos… bons e ruins. A velha máxima que diz “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe” resume bem o que é viver. Há momentos em que nos sentimos dentro do próprio inferno, onde não conseguimos visualizar a saída para os problemas que enfrentamos. Em outros, nos sentimos no próprio Paraíso, desfrutando de uma vida cheia de amor, de paz, de harmonia…
Por que será que a vida é assim? Poderia existir somente a felicidade, não é mesmo? Já pensou? Viver em um eterno estado de êxtase, cercado apenas por coisas belas, cercado apenas pela Dona Felicidade… seria muito bom, não é mesmo? Sim, se pudéssemos retornar ao Paraíso Perdido dos Livros Sagrados das várias religiões espalhadas pelo mundo… meu Deus… quão felizes seríamos…
Sim, eu sei que isso é utopia… mas sonhar de vez em quando não faz mal. O grande problema que enfrentamos é que estamos cercados de regras e deveres para cumprir… e nem sabemos exatamente porque temos que fazê-lo… sim, pois na verdade tudo aquilo que a sociedade determina como “certo” foi decidido por alguém… mas… quem?…
Somos pequenas células compondo um corpo maior, e não fazemos a menor ideia de qual é nosso real objetivo nesse grupo. Recebemos um script e nos limitamos a representar o papel a nós designado. Tal e qual as histórias de gangsters, onde cada grupo só tem conhecimento de seu papel na ação, desconhecendo quem está acima ou abaixo, tocamos a vida. Temos uma vaga noção do destino que nos aguarda, e cumprimos religiosamente aquilo que nos é determinado…
Claro que, às vezes, um elemento ou outro se desgarra do grupo. Mas… será que se desgarra, mesmo? Ou será que ele já não estava programado para tomar aquela atitude? Sim, porque a Consciência Universal, que tudo sabe e tudo vê, pode muito bem ter decidido deixar as águas se agitarem um pouco… diversão, sabe? Tipo assim… “vamos deixar as coisas fugirem um pouco do controle para ver como fica”…
Estou viajando? Talvez… mas os momentos de ansiedade que o elemento sente quando transgride as regras sociais o deixam feliz e ansioso em um primeiro momento, para depois cair em um estado de depressão tal que muitas vezes acabam por não ter retorno nem para o grupo nem para sua vida pessoal…
Ah, sim… estou falando de pequenas transgressões pessoais, onde o elemento em questão tenta afirmar um ponto de vista seu… onde tenta ser ele mesmo. Temos que nos lembrar que a individualidade das pessoas não passa de um mito, construído de tal forma que nos leva a acreditar que realmente temos livre arbítrio… mas se tal fosse realidade, teríamos o direito de viver como realmente desejamos. Mas isso não acontece nessa vida…
Talvez eu tenha que ser mais explícita… as pessoas não têm o direito de ser aquilo que realmente são. Elas têm que se enquadrar no que o grupo espera que cumpram. Se se rebelarem, se se recusarem a seguir com o script a elas entregue…. bem, aí o livre arbítrio desce pelo ralo. Afinal, você só é livre para tomar suas próprias decisões até a página dois…
E assim segue a vida… quer ser feliz? Não fuja do papel que te determinaram… se bem que isso não te dá garantia alguma de que conseguirá a tão sonhada felicidade… pois, de repente, pode ser que na novela da vida tenham determinado que você deve passar por algumas dificuldades… e então, com certeza, te farão beber do cálice de fel… mas não se preocupe muito… afinal, “não há mal que nunca se acabe”…
