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Verba para UPAs estaduais vai cair pela metade; de R$ 1,9 milhão para R$ 1 milhão

Se o cenário nas UPAs do estado já é precário — com superlotação, atraso e falta de medicamentos e exames —, a situação deve piorar com novas mudanças previstas pela Secretaria estadual de Saúde (SES). Das 29 unidades em 11 municípios, quase a metade (13) vai sofrer modificações e passará a ter atendimento exclusivamente pediátrico ou adulto, como informou a secretaria ao RJTV.

Com o atendimento restrito, o repasse às organizações sociais que gerem as unidades vai cair pela metade: de R$ 1,9 milhão por mês para cada UPA para R$ 1 milhão. A UPA da Ilha fecha nesta sexta-feira para reabrir em 45 dias só para crianças. A de Itaboraí também passaria por essa reforma, mas o secretário de saúde voltou atrás. Ao RJTV, Teixeira Jr. admitiu que problemas financeiros influenciaram as alterações nas unidades:

— Também é uma questão financeira. A gente está tentando reestruturar nossa rede, garantindo o atendimento à população na urgência e emergência de todo o estado, com uma proposta de especialização das UPAs.

Nesta quinta-feira, a unidade de Realengo, na Zona Oeste, funcionava sem pediatras. Perto dali, as de Bangu e de Marechal Hermes ficaram superlotadas. A SES não informou se elas estão entre as que terão alterações.

— É um absurdo ter de buscar atendimento longe — reclamou o eletricista Carlos Dias, de 42 anos, que levou a filha Raquel, de 7, com suspeita de zika, à UPA de Bangu, após ter passado pela de Realengo.

A espera em Bangu era de pelo menos três horas. Já em Realengo, a dificuldade do ajudante de entregas José Soares Freire, de 49 anos, era conseguir transferência para a mulher Shirlene Fernandes, de 50 anos, que deu entrada no dia 22 com enfarte. Segundo ele, a unidade alegava não haver vaga em hospitais, apesar de laudo médico e duas liminares da Justiça.

A cuidadora de idosos Adjane Barbosa, de 31 anos, não conseguiu atendimento pediátrico para a filha Maria Luisa, de 7 anos, e voltou para casa com a menina, que havia sido medicada na véspera na unidade, mas voltou a ter febre e vômito. A dona de casa Daiane Amaro de Moura, de 22 anos, moradora do Batan, foi orientada pelo segurança da unidade a procurar outra mais próxima, ao chegar na de Realengo, em busca de atendimento para os filhos Ketlyn, de 3 anos e João Lucas, de 10 meses, ambos com quadro de febre e vômito.

A assessoria de imprensa da SES informou que ela foi transferida ontem à noite, mas não disse para que hospital. Sobre os outros casos, a secretaria não respondeu.

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