Notibras

Vinte meses de amor que floresce a cada dia

Na sexta, 2, Maria Luiza completou um ano e oito meses. Vinte meses de descobertas, desafios, caos e – por mais piegas que pareça – de um amor que não se explica com facilidade. Mas não, isso não é um texto de romantização da maternidade. Eu poderia escrever sobre a doçura dos sorrisos, os passinhos trôpegos, o jeito que ela fala “mamãe” quando quer colo. Tudo isso é real. Mas também é real o cansaço que não passa nem com oito horas de sono (que, aliás, eu não tenho), o medo constante de errar, a culpa que aparece do nada. Confesso que é doloroso observar o sumiço (temporário?) de quem eu era antes dela chegar.

Amar Maria Luiza me ensinou que o amor não é aquele que aparece pronto, enfeitado, embalado para presente. É o amor que se constrói no improviso, entre uma mamadeira e uma reunião, entre um choro sem motivo aparente e uma tentativa frustrada de almoçar em silêncio. Aprendi que amar alguém profundamente é também, muitas vezes, perder a paciência, se sentir insuficiente e, mesmo assim, continuar ali – firme, presente, inteira dentro do possível.

Minha filha me ensinou que amor é presença imperfeita, mas constante. Que não se trata de dar tudo certo, mas de estar lá quando tudo dá errado. Que o colo que ofereço a ela também me segura, mesmo quando estou em pedaços.

O nosso amor é feito de olheiras, brinquedos espalhados pela casa, músicas infantis grudadas na cabeça e um tipo de cansaço que só existe pra quem cuida. Mas também é feito de um brilho nos olhos que só quem ama de verdade consegue enxergar.

Maria Luiza, em um ano e oito meses, você virou minha maior professora. E o que aprendi com você é que o amor, quando é de verdade, não precisa ser perfeito. Ele só precisa continuar.

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