Passaria eras tecendo palavras
como fios de luz que tocam teu espírito,
só para saber que, ao leres,
teu silêncio se curva em emoção.
No abrigo da doce desordem,
onde risos e ecos se entrelaçam,
me perco entre versos e ventos,
tentando alcançar tua delicadeza escondida.
Hoje, ao iniciar este enlace sutil,
tu és a folha onde minha alma repousa,
a revelação que dissolve minha sombra,
miragem serena que contemplo à distância.
Tu és o pensamento que me atravessa,
a centelha que arde sem consumir,
a estrela que guia meu céu interno,
o anseio que floresce neste instante.
Tu, presença rara e luminosa,
serias razão suficiente para escrever eternamente,
e me comover apenas por saber
que teus olhos percorrem meus versos
como quem escuta o coração de quem os escreveu.