Neste domingo, 19, a orla de Ponta Verde, em Maceió, se tornará palco de um evento que une lazer, brincadeira e cidadania: a “Rua Aberta”, tradicional espaço de convivência e lazer aos domingos, será cenário de uma ação especial de combate ao trabalho infantil, promovida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Primeira Infância e Segurança Alimentar (Semdes) em parceria com as secretarias municipais de Educação e Esporte.
A partir das 8h e até as 14h, o público poderá participar de uma programação especial, com foco na sensibilização para os direitos da infância. A ação prevista inclui:
•Brincadeiras e atividades lúdicas para crianças, promovidas por serviços de convivência e fortalecimento de vínculos.
•Apresentações culturais que vão atrair famílias e residentes da orla.
•Distribuição de panfletos e material educativo para conscientizar a população — especialmente ambulantes, comerciantes e quem está presente no espaço público — sobre a problemática do trabalho infantil.
•Interação de equipes de abordagem social que poderão identificar casos de crianças ou adolescentes em situação de exploração ou vulnerabilidade e encaminhá-los para os serviços de assistência social.
A Rua Aberta da Ponta Verde funciona como um trecho de lazer da orla onde veículos são impedidos e as pessoas ocupam o espaço com caminhadas, bicicleta, patins, brincadeiras e encontros comunitários.
A escolha do local para esta iniciativa não é por acaso: por se tratar de um ambiente de forte circulação de pessoas — famílias, turistas, ambulantes — ele proporciona visibilidade e simultaneamente pode atuar como espaço de conscientização para práticas que violam direitos de crianças e adolescentes.
Segundo dados de um estudo sobre o bairro, crianças e jovens representam cerca de 20% da população local, o que reforça a importância de espaços públicos de lazer e proteção social.
O trabalho infantil ainda persiste como um grave problema no Brasil e no estado de Alagoas — manifestando-se em atividades informais, de venda ambulante, ou atividades perigosas para crianças e adolescentes. A campanha que embasa essa ação tem o tema “Proteção social para acabar com o trabalho infantil”.
A iniciativa da Semdes destaca que “menores de 18 anos não devem ser expostos ao trabalho noturno, perigoso ou insalubre; crianças menores de 16 anos devem estar em aprendizagem ou fora do trabalho”.
Levando a ação para o ambiente de lazer, espera-se:
•Alcançar famílias, ambulantes e o público geral com mensagens de conscientização.
•Demonstrar que a infância precisa de tempo para brincar, estudar, se desenvolver — e não para trabalhar cedo demais.
•Aproximar serviços de assistência social da comunidade, facilitando o encaminhamento de casos.
Para quem for participar: é uma boa oportunidade para um domingo diferente — lazer com propósito. As crianças terão espaço para interagir, se divertir, e também aprender. Já para os adultos, é chance de refletir sobre como cada um pode contribuir para que o trabalho infantil deixe de ser uma realidade invisível.
Os organizadores pedem atenção especial a:
•Observar se crianças estão em situação de venda, carga, circulação de dinheiro ou em atividades que deveriam pertencer à infância.
•Conversar com os filhos sobre o direito de brincar e estar na escola.
•Participar das atividades previstas e colaborar com a construção de uma comunidade mais atenta aos direitos da infância.
Embora o evento tenha alto valor simbólico e educativo, ele enfrenta desafios práticos:
•Transformar consciência em mudança efetiva exige continuidade, políticas públicas, ações de acompanhamento e redes de apoio.
•Identificar situações de trabalho infantil exige articulação entre instituições, assistência, fiscalização e comunidade.
•O lazer e a conscientização são importantes, mas não substituem o combate sistemático ao abandono escolar, à pobreza, à vulnerabilidade familiar — condições que frequentemente levam ao trabalho infantil.
No domingo, o trecho da Rua Aberta da Ponta Verde vai ressoar com sorrisos, brincadeiras e mensagens sérias sobre um tema urgente: o direito das crianças de serem apenas crianças. A programação lúdica, aliada à mobilização social, faz da feira de lazer um palco de cidadania — lembrando que lazer, lazer com propósito, e proteção à infância podem andar de mãos dadas.
Se a meta for alcançada, esse evento não será apenas um momento de domingo, mas um farol para que toda a comunidade de Maceió se comprometa: acabar com o trabalho infantil começa com visibilidade, brincadeira e diálogo.
