A avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou de melhorar e voltou a oscilar negativamente, segundo pesquisa do Instituto Quaest divulgada nesta quarta-feira (12). O levantamento mostra que 50% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, enquanto 47% a aprovam. Outros 3% não souberam ou preferiram não responder.
Desde julho, os índices vinham demonstrando um movimento sutil, porém constante, de recuperação da imagem do governo. A aprovação oscilava dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para cima, enquanto a desaprovação caía gradualmente. O cenário, porém, se inverteu neste novo levantamento: a aprovação recuou um ponto (de 48% para 47%), e a desaprovação subiu na mesma proporção (de 49% para 50%).
A Quaest interpreta que a reversão pode estar relacionada a fatores conjunturais, sobretudo à repercussão da megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, e às declarações de Lula sobre o episódio. A crescente preocupação da população com a segurança pública teria imposto um freio à trajetória de recuperação da popularidade do governo.
Este é o segundo levantamento consecutivo em que os indicadores de aprovação e desaprovação se mantêm em empate técnico, repetindo o cenário de outubro — quando, pela primeira vez desde janeiro, as curvas de apoio e rejeição voltaram a se cruzar.
A leitura política dos números indica que o Planalto enfrenta um momento de atenção redobrada. Com a economia mostrando sinais mistos e a segurança pública voltando ao centro das preocupações, o governo precisa calibrar o discurso e as ações para não perder terreno no eleitorado de centro. Ao mesmo tempo, a oposição encontra um campo fértil para reorganizar seu discurso e testar nomes para 2026 — ano que, se mantida a tendência de estagnação, pode marcar um novo realinhamento de forças no tabuleiro político nacional.
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Marta Nobre é Editora-Executiva de Notibras