Bandeiras e camisas da Palestina podiam ser vistas com frequência nas ruas de Belém nos últimos dias. Além do engajamento de movimentos sociais brasileiros com a causa, uma coalizão com representantes palestinos ocupou espaços de discussão nos eventos que ocorreram em paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Uma das vozes de destaque é a de Salma Barakat, coordenadora do movimento Stop the Wall (Pare o Muro, em português), que existe há 20 anos e denuncia violências praticadas pelo governo de Israel.
Salma é palestina e vive em Jerusalém, cuja anexação da parte oriental por Israel não é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). O órgão entende que o status da cidade deve ser definido por negociações entre israelenses e palestinos.
Em entrevista, Salma falou sobre processos de ocupação e assassinato de palestinos; conexões entre causas indígenas, palestinas e ambientais; além de estratégias para denunciar o governo de Benjamin Netanyahu em fóruns internacionais como a conferência do clima.
Segundo Salma Barakat, a ideia principal do Stop the Wall é lutar contra o muro do apartheid, “porque existe um muro que divide palestinos entre si e divide a Palestina do que hoje é Israel. Nossa mensagem para o mundo é dizer que não aceitamos ocupação, não aceitamos colonização, não aceitamos o genocídio que está acontecendo em Gaza”.
Por isso, justifica, a ideia do muro. “Como o muro entre o México e os EUA, ou outros muros ao redor do mundo. Criamos um movimento de base, do povo, e decidimos trabalhar unidos para dizer que “não queremos isso”.
Salma afimou ainda que “não aceitamos nenhum tipo de colonização em qualquer lugar do mundo, seja em países africanos, na América Latina, ou em outros lugares”.
