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Barba Ruiva escondeu tesouros para quando nordestino tiver fome

Reza a tradição popular que, nas noites de lua cheia, o vento que sopra forte no sertão ou na beira do mar nordestino carrega consigo o sussurro de uma velha história: a do Barba Ruiva.

Dizem que ele foi um homem destemido, de olhos faiscantes e barba avermelhada como o fogo do entardecer. Alguns juram que foi pirata, escondendo tesouros nas dunas e nas falésias; outros garantem que era cangaceiro, atravessando veredas e caatingas, deixando um rastro de mistério e medo.

O certo é que sua figura atravessou gerações, transformando-se em lenda. As mães contavam às crianças para que não se arriscassem sozinhas pelas matas ou pelas praias desertas: “Cuidado, o Barba Ruiva pode aparecer!”. Já os mais velhos narravam com brilho nos olhos que, quando o vento uiva diferente e o luar clareia o chão, pode-se ouvir o tropel do seu cavalo ou o arrastar das correntes de seu navio fantasma.

Mas como toda lenda, Barba Ruiva também guarda outro lado. Há quem diga que ele não era vilão, mas guardião. Que sua alma ficou presa ao chão nordestino para proteger o povo simples, escondendo riquezas para que um dia fossem encontradas por quem realmente precisasse.

E assim, entre o medo e o encanto, a lenda do Barba Ruiva continua viva, viajando de boca em boca, de geração em geração. No sertão ou à beira-mar, no silêncio da noite ou na cantoria da feira, o mito resiste como só o povo nordestino sabe fazer: com imaginação, coragem e poesia.

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