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Bem viver das mulheres negras nordestinas

No Nordeste pulsa uma história marcada por ancestralidade, força e esperança. As mulheres negras, herdeiras de tradições africanas e guardiãs da memória coletiva, são protagonistas de uma trajetória de luta que atravessa séculos e se reinventa a cada geração.

Das comunidades quilombolas às periferias urbanas, elas constroem redes de solidariedade que sustentam famílias, preservam culturas e afirmam identidades. No toque dos tambores, no trançar dos cabelos, no cultivo das ervas medicinais e no canto de rezas antigas, está presente a sabedoria transmitida de mãe para filha, como um fio de continuidade que o tempo não rompe.

Resistência, para essas mulheres, não é apenas enfrentamento, mas também criação de novos caminhos. É na roda de samba de coco, no maracatu, nas festas de terreiro e nas cozinhas que fervilham com dendê e tapioca, que elas reafirmam a vida como celebração e cuidado.

O bem viver, inspirado em cosmologias africanas e indígenas, emerge como proposta de futuro: viver em comunidade, respeitar a natureza, valorizar a diversidade e reconhecer a dignidade de cada pessoa. As mulheres negras nordestinas ensinam que o bem viver não é utopia distante, mas prática cotidiana, feita de partilha, afeto e resistência.

Seja liderando movimentos sociais, empreendendo na economia criativa ou resgatando tradições que o tempo tentou silenciar, elas continuam a escrever a história de um Nordeste onde raízes, resistência e bem viver caminham lado a lado — sempre guiados pela força das mulheres negras.

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