Sem personalidade, destrambelhada, submissa e antecipadamente derrotada na corrida presidencial, a direita do Brasil está prestes a se curvar definitivamente à extrema-direita comandada “pelas filhinhas” do pai pai Jair Bolsonaro. É o cuspe caindo na cara dos conservadores de oportunidade, aqueles que fizeram de tudo para se agarrar nas bolas murchas de um falso mito, inclusive adjetivando de maricas os brasileiros que peitaram o então presidente da República e o clã da maldade e decidiram se vacinar contra o vírus da Covid-19.
Apavorados e emparedados com o dá ou desce imposto pelos três rebentos mais perigosos, chegou a hora de os governadores e todos os bolsonaristas menos radicais devolverem ao povo a pecha de maricons. Depois do ocaso da família e da iminente prisão do líder maior do maldito clã, eles deveriam ajudar o Brasil a deixar de ser um país de maricas, denominação moldada para aqueles que são dados a ter medo, os que facilmente se acovardam. No jargão mais popularesco, esses tipos também são conhecidos como cagões.
Durante alguns anos, Jair e “suas filhinhas” obrigaram seus seguidores à vassalagem e à bajulação explícita, condenável e patética. Hoje, mesmo sem o poder de outrora e sem a presença do pai, os meninos maluquinhos continuam se achando os donos do mundo. Descarada e descabidamente, os três mais velhos insistem em provar à direita mambembe que nenhum de seus integrantes se elege sem o aval dos herdeiros da soberba, do golpismo e da bandalheira política. Dos Estados Unidos, para onde fugiu disposto a aniquilar com a própria pátria, Eduardo, o 03, ameaça Deus e o mundo para não ser cassado.
Como Deus não está nem aí e a maior parte do mundo torce por sua desgraça política, ele não só será cassado, mas certamente será preso. Menos arrogante, mas tão letal como os irmãos, o senador Flávio Bolsonaro, o 01, não admite a presença do governador Tarcísio de Freitas na disputa pela principal cadeira da Praça dos Três Poderes se ele não for o candidato à vice. Como diria minha avó paterna, o cabra ainda não saiu dos cueiros e já quer se sentar na janelinha. Cresça e apareça, menino doidinho.
Meio barro, meio tijolo na política municipal do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, o 02, pode ser apelidado de menino da ladeira, o que briga para subir, mas desce sem esforço algum de terceiros. Vereador de coxia, Carluxo aportou em Santa Catarina, sentou (do verbo sentar) o governador Jorginho Mello e berrou que papai mandou eu ser senador catarinense. Logo ele que eventualmente deve confundir Santa Catarina com Santa Genoveva, nome do aeroporto de Goiânia, ou com Santa Gertrudes, padroeira dos gatos de estimação. Os de confusão são abençoados por São Capetão. O fato é que tanto 01 quanto 02 e 03 se acham predestinados.
Pior do que isso, eles juram que o pai é o “dono” dos votos com os quais os governadores foram eleitos em 2018 e reeleitos em 2022. Por isso, com medo de perderem o bonde, querem impor o que não podem. Santa ignorância, santa soberba ou santa arrogância? Tudo isso junto, pois, antevendo a possibilidade de atuarem como coadjuvantes em 2026, os três se unem no recado papal e agem como o próprio triunvirato do mal. A onda bolsonarista citada por eles foi engolida pelo mar da alegria democrática. Portanto, caso os governadores aceitem a condição de refém do clã estará consolidada a máxima de quem muito se abaixa acaba mostrando os fundos. Bolsonaro morreu para o mundo político. Aquele que não reagir aos maluquinhos é mulher do padre, cagão ou vestibulando de mariquinha. O tempo dirá quem os governadores verdadeiramente são.
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Sonja Tavares é Editora de Política de Noribras
