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Brasil precisa de escovão e creolina para acabar com carrapatos do Congresso

Jair Bolsonaro está preso e respirando por soluços. Os generais fantasiados de golpistas se encheram de Viagra e, também presos, resolveram reclamar da fimose encalhada. Embora diga que renunciou, Carla Zambelli foi cassada e, em breve, será recolhida ao xadrez tupiniquim. Recebendo salário sem trabalhar, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem serão os próximos. O babaquera metido a cantor Zezé De Camargo perdeu 500 paus quando descobriram que ele recebe dinheiro federal para cantar, não canta e ainda critica o governo que lhe paga o cachê. Sifu! Seriam eles membros da facção Amigos dos Amigos?

Não seriam. São! A definição de ladrão no dicionário é aquele (a) que furta ou rouba o que não é seu. Alguma diferença para as atividades dos citados? Claro que não!  Sinônimo de ladrão vai do simpático maroto aos proscritos velhaco, patife, escroque, ladino, trapaceiro e improbo, entre dezenas de outros. Na tradução livre, o significado de quem age contrariamente às leis também é variado. Os mais comuns são estelionatário e omisso. Nesses quesitos, os destaques são os deputados e senadores vinculados ao bolsonarismo, além de presidentes de partidos que vivem nababescamente dos recursos do bilionário Fundo Eleitoral.

Há os que supostamente não roubam. Esses talvez sejam os piores, na medida em que a vigarice e a dissimulação são utilizadas como pretexto para se opor ao governo central. No entanto, é fingindo oposição que deliberadamente prejudicam o povo. Por exemplo, impossível não avaliar o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, como um sujeito de baixíssimo nível como cidadão e de espírito público abaixo de zero. Publicamente, ele afirmou que seu partido votará contra o projeto de corte linear em benefícios e incentivos fiscais para não “encher” o cofre de Lula em ano pré-eleitoral.

Como respeitar um camarada desses? Amigo querido de Cláudio Castro, o governador que autorizou a matança nas comunidades do Complexo da Penha, e do ex-presidente da Assembleia do Rio de Janeiro, preso por vazar informações para o Comando Vermelho, o pastor Sóstenes é o mesmo deputado que votou a favor da PEC da Blindagem, dos projetos de anistia e de dosimetria e da fracassada manutenção do mandato de Carla Zambelli. Envolvido em múltiplos processos cíveis e eleitores, entre eles acidentes de trânsito com morte e desvio de verbas de cotas parlamentares, o líder bolsonarista é um dos que chamam Luiz Inácio de ladrão.

O PL e os partidos do entorno do clã Bolsonaro têm dezenas, centenas de políticos iguais a Sóstenes. Sorte do Brasil é que boa parte deles deve ser atingida pela faxina que o povo brasileiro está preparando para 2026. Rogo a Deus para que não seja somente um banho de asseio. O Brasil precisa ser passado a limpo com escovão, água sanitária, removedor e creolina para acabar de vez com os carrapatos do Congresso. Presidente da Câmara, o paraibano Hugo Motta não pode ser esquecido. Se possível, que ele seja removido aos petelecos.

Quem sabe receba os mesmos pescoções que mandou aplicar aos jornalistas durante a votação da famigerada dosimetria. Afinal, aqui se faz, aqui se paga. O problema é que não adianta torcer contra a súcia do Congresso. Parafraseando a filósofa Dilma Rousseff, ainda que percam essa desqualificada raça sempre ganha. Em quatro ou oito anos de mandato, as excelências afanam, desviam, recebem por fora e, mesmo presos, cassados ou cancelados, nunca deixam de lucrar. Enquanto não lavamos e enxaguamos o Brasil, que o Natal e o Ano Novo nos tragam notícias agradáveis. Uma delas seria a prisão do bananinha, o cara que disse que sabia fritar hambúrguer, mas acabou torrando o pai Jair. Pelo menos este não volta mais.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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