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Caixão político do clã Bolsonaro pode ser fechado em Setembro

A família Bolsonaro parece não ter aprendido nada com o 8 de janeiro. Afinal, quem poderia imaginar que articular com Trump um aumento de tarifas para o Brasil e depois jogar a culpa em Lula não daria certo? Até o ex-vice-presidente e atual senador general Mourão entendeu que ficar do lado de Trump pegaria mal. Mesmo assim, Bolsonaro insiste nas juras de amor ao americano.

Ainda que tardiamente e depois de jogar a culpa no governo, o aprendiz de presidenciável, Tarcísio de Freitas, resolveu fazer média com o empresariado local manifestando-se contra as sobretaxas de Trump, mas não sem antes afinar o discurso com o próprio Bolsonaro. Mesmo assim, o flerte de Tarcísio com o bom senso foi suficiente para despertar a ira de Eduardo Bolsonaro, o cérebro por detrás da jogada genial que agora deve custar seu próprio mandato na Câmara, o isolamento político e um auto-exílio prolongado nos Estados Unidos.

E depois que o racha da direita veio a público, a turma do deixa disso tenta botar panos quentes e conter os danos. O problema é que o instinto suicida não tem apenas o sobrenome do ex-presidente. Ele é compartilhado também pela bancada ruralista, que apesar de sair perdendo com a sobretaxa norte-americana, continua culpando o governo brasileiro, passando pano pra Bolsonaro e falando em anistia, ainda que boa parte do empresariado esteja insatisfeita com a atuação do ex-presidente.

O problema é que a jogada de Bolsonaro de colar sua imagem a Trump, um aliado pouco confiável, está custando caro depois que o presidente dos Estados Unidos resolveu criticar o Pix. E quando a fase é ruim, tudo parece dar errado. Não é que o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, diferentemente de seu antecessor, Augusto Aras, resolveu ir às últimas consequências contra o núcleo duro do golpismo? Agora, é questão de tempo para que Bolsonaro e seus sete anões, dos quais cinco são militares, sejam condenados. A expectativa é que o julgamento tenha início até setembro, ainda durante a presidência de Barroso à frente do STF.

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O Ponto é produzido por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile para o MST

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