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Camelô defende gay, apanha e morre em metrô paulista

Fabiana Cambricoli e Felipe Resk

A Polícia Civil identificou os dois homens que espancaram até a morte o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, de 54 anos, na noite de domingo, 25, na estação Pedro 2.º do metrô, na região central da capital.

Segundo informações da Polícia Civil, a vítima vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação quando viu os dois homens agredindo uma transexual e tentou defendê-la. A partir daí, passou a ser alvo de socos dos agressores, identificados como Ricardo do Nascimento Martins, de 21 anos, e Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26 anos.

Responsável pelo Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), o delegado Osvaldo Nico Gonçalves afirmou que Santos e Martins são primos e foram identificados nas imagens de câmeras de segurança da estação pelos próprios familiares. Um deles já tinha histórico de agressão, segundo a polícia.

De acordo com Gonçalves, ambos moram na Aclimação e haviam saído para beber após um deles passar por uma “desilusão amorosa”, nas palavras do delegado.

A mulher de Santos teria rompido o casamento, o que fez com que o agressor fosse alvo de comentários no bairro. “Antes de sair, ele já tinha quebrado a porta de uma vizinha”, contou o policial “Foi um crime chocante. A vítima estava vendendo biscoitos para conseguir pagar o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), segundo me contou a mulher dele. Foi defender um travesti que estava sendo agredido e acabou pagando com a própria vida”, disse Gonçalves.

O delegado afirmou que o advogado de defesa dos agressores já entrou em contato com a Polícia Civil e informou que ambos se apresentarão nesta terça-feira, 27. Até as 19 horas desta segunda, a Polícia Civil ainda não havia pedido formalmente à Justiça a prisão dos dois suspeitos.

Metrô – Questionado sobre uma suposta omissão de seguranças e funcionários do metrô no socorro ao ambulante, a companhia informou, por meio de nota, que, assim que notou o ocorrido, o Centro de Controle da Segurança acionou agentes que estavam nas estações vizinhas (Sé e Brás).

“Os seguranças se deslocaram imediatamente para a estação Pedro 2.º, prestaram os primeiros socorros e conduziram a vítima de agressão para o PS Vergueiro. O Metrô colabora com a autoridade policial para o esclarecimento do crime”, diz a nota.

A companhia não informou por que não haviam agentes de segurança na estação Pedro 2º na hora do crime. Disse que os agentes trabalham por meio de rondas em trens, plataformas e acessos das estações, seguindo orientações do CCS, que monitora a rede por meio de diversas ferramentas, entre elas mais de 3 mil câmeras de vigilância.

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