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Cerco a pedófilos reduz assédio a crianças e adolescentes do Nordeste

No sertão e nas cidades costeiras do Nordeste, por muito tempo, a infância foi alvo fácil da violência silenciosa. Crianças e adolescentes, invisíveis aos olhos de muitos, eram transformadas em mercadoria na sombra dos becos digitais, onde predadores travestidos de gente de bem exibiam sorrisos e acumulavam seguidores.

A prisão do influencer Hytalo Santos expôs uma ferida aberta. Não se trata apenas da queda de um nome famoso; trata-se de um símbolo, daquilo que antes corria solto e que agora encontra resistência. O cerco aos pedófilos não é apenas uma ação policial, mas uma resposta social, um grito coletivo dizendo que o corpo e a inocência de uma criança não estão mais disponíveis para o tráfico de desejos doentios.

A cada operação deflagrada, a cada mandado cumprido, percebe-se que o abuso não diminui por milagre, mas pela soma de esforços. Polícia, Justiça, famílias e até plataformas digitais, quando pressionadas, começam a erguer barreiras contra o inimigo invisível. O resultado é um alívio: índices que antes só subiam agora mostram sinais de recuo, sobretudo no Nordeste, onde a vulnerabilidade social era combustível para esses crimes.

Mas não basta prender. É preciso vigiar, educar, apoiar. O cerco aos pedófilos só terá efeito duradouro se for acompanhado de políticas públicas que deem às crianças algo maior do que a sobrevivência: direito ao brincar, ao estudar, ao crescer em paz.

No fundo, cada prisão é mais que uma manchete — é um resgate. É a devolução da infância a quem nunca deveria tê-la perdido.

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