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Chuva de gols indica série de recordes no Brasileirão 2017

Bartô Granja, Edição

Mal a bola voltou a rolar nos campos, e os artilheiros começam a aparecer. Foi assim neste domingo, na primeira rodada do Brasileirão 2017. Em São Paulo, o Palmeiras atropelou o Vasco por 4 a 0 e em Salvador, o Bahia virou para cima do Atlético Paranaense, com um massacre de 6 a 2. No Mineirão, o Cruzeiro aproveitou uma falha da defesa do São Paulo e venceu por 1 a 0. E em Campinas, a Ponte Preta arrasou o Sport Recife com um placar de 4 a 0.

As torcidas vitoriosas, claro, fizeram a festa. Foram 17 gols em apenas três jogos. E os comentaristas já falam em um recorde histórico ao final da temporada, com os artilheiros se destacando frente aos sistemas defensivos.

Volta de Cuca – O técnico Cuca vestiu de novo a calça cor de vinho, o Palmeiras jogou com a mesma competência da campanha do título de 2016 e o time começou o Campeonato Brasileiro como terminou a última edição, de forma arrasadora, no estádio Allianz Parque, em São Paulo. Os 4 a 0 sobre o Vasco, neste domingo, foram a atuação ideal para premiar o retorno do treinador e marcar a estreia da nova camisa.

Se no ano passado a primeira rodada também teve goleada em casa por 4 a 0, sobre o Atlético Parananese, a reprise é um incentivo gigante para o clube. Ainda mais para quem é supersticioso, como o treinador Cuca, e para o atacante Borja, dependente de partidas como a feita contra o Vasco. O colombiano fez dois gols

A torcida foi ao Allianz Parque com cartazes de boas-vindas ao treinador e confiante no bom resultado. Apegados aos ritos da sorte, os palmeirenses não abrem mão dos costumes. Um deles é de cantar o hino nacional a plenos pulmões com os versos repetitivos de “Meu Palmeiras”. Isso foi mantido durante a festa de abertura do Brasileirão. As vozes abafaram a pompa da música executada por violoncelo, violino e tenor.

A equipe também gosta de repetir a cartilha própria e em campo foi logo em busca do gol, como aquela pressão costumeira sobre os adversários. No primeiro lance já conseguiu um escanteio e, aos quatro minutos, saiu na frente. Dudu foi derrubado na área e o lateral-direito Jean converteu o pênalti. Cuca vibrou de alegria, trajado com a calça da sorte, a cor de vinho, amuleto que havia sido deixado no clube após o título brasileiro do ano passado.

O Vasco não se abateu com a desvantagem e esteve perto do empate O Palmeiras ficou acomodado, quase levou um gol e viu o primeiro tempo terminar com uma bola no travessão chutada por Douglas. O prejuízo não seria tão grande pois pouco antes, aos 40 minutos, Guerra aproveitou rebote do goleiro para ampliar. O segredo do gol foi a inversão de posições entre Tchê Tchê e Jean, que quase como meia, apareceu na área para chutar.

Essa troca de posições foi a chave para o terceiro vir logo no primeiro minuto do segundo tempo. Desta vez Tchê Tchê cruzou e Borja fez de cabeça. O colombiano não marcava há cinco partidas e na comemoração foi abraçado por todos os colegas. O atacante foi uma das preocupações de Cuca nesta primeira semana. O treinador procurou conversar e passar confiança.

A vantagem transformou o jogo em exibição. O segundo tempo foi um controle total do Palmeiras e o quarto gol se tornou um evento tão natural quanto seria o apito final. Dudu caiu na área e no novo pênalti a bola ficou para Borja. O atacante havia perdido a última cobrança, mas desta vez converteu, aos 34 minutos, para fazer o Palmeiras viver em 2017 uma tarde de gala típica de 2016.

Jogo dos eliminados – Pressionados pelas recentes e marcantes eliminações na temporada de 2017, Cruzeiro e São Paulo estrearam neste domingo no Campeonato Brasileiro, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, buscando além de uma vitória, resgatar o bom futebol e a confiança para a sequência do ano. E no terceiro encontro entre as equipes em pouco mais de 30 dias, os mineiros aproveitaram um apagão defensivo tricolor para marcar o único gol do jogo com Ábila.

Para tentar surpreender o adversário que o eliminou da Copa do Brasil, o técnico Rogério Ceni mudou três jogadores em relação o time que empatou com o Defensa y Justicia no meio da última semana. Mas a grande alteração mais sentida foi no sistema tático, que passou do 4-3-3 para o 3-5-2. Ao escalar Éder Militão, Maicon e Rodrigo Caio na defesa, o treinador conseguiu dar maior consistência para o setor. As únicas chances criadas pelo Cruzeiro vieram de falhas individuais.

Já a entrada de Marcinho no ataque, na vaga de Neilton, teve pouco efeito na produção ofensiva do time, que teve apenas nos pés do argentino Lucas Pratto lampejos de boas jogadas.

O técnico Mano Menezes também precisou modificar a sua equipe. Além de não contar com o lesionado Rafael Sóbis, Dedé apareceu como titular. O veterano zagueiro ganhou chances depois das falhas de Caicedo, que foi criticado publicamente pelo comandante depois da derrota para Nacional, no Paraguai.

Seja pela falta de entrosamento, ou pela pouca inspiração dos jogadores, os dois times não conseguiam assustar os goleiros. Mas na volta para o segundo, o São Paulo teve uma pane defensiva Depois de um lateral, os jogadores são-paulinos ficaram apenas olhando Alisson arrancar pela esquerda e cruzar para Ábila. Livre, o atacante teve apenas o trabalho de escorar para as redes de Renan.

Depois do gol, Rogério Ceni desistiu dos três zagueiros e começou a abastecer seu ataque com jogadores. Com Gilberto, Thomaz, Luiz Araújo e Lucas Pratto na frente, o time tricolor até tentou pressionar. Mas a equipe mineira está acostumada em jogar sendo atacada e conseguiu anular qualquer possibilidade de empate.

Fúria dos baianos – O Bahia marcou quatro gols em sete minutos e conseguiu uma goleada por 6 a 2 sobre o Atlético Paranaense, neste domingo, na Arena Fonte Nova, em Salvador, na estreia das equipes no Campeonato Brasileiro. Destaque para o primeiro tempo da partida, onde as duas equipes partiram para o ataque e terminou com sete gols.

O time visitante entrou em campo com uma série de desfalques, entre eles o zagueiro Thiago Heleno, o volante Deivid, o meia Carlos Alberto, o meia-atacante Felipe Gedoz e o atacante Pablo, todos machucados. O Bahia não contava com Hernane e Wellington Silva, também lesionados.

E foi o Atlético Paranaense que saiu na frente do marcador com o meia Guilherme, ex-Corinthians. Aos 14 minutos, ele recebeu na área, dominou e bateu colocado de perna direita. O Bahia respondeu com gol de Tiago, aos 33. Após cobrança de escanteio, ele subiu mais do que os zagueiros adversários e desviou para as redes.

Os visitantes voltaram a ficar na frente com Marcão, quatro minutos depois. Guilherme cobrou falta na segunda trave e Marcão precisou chutar duas vezes para superar o goleiro Jean. O Bahia então foi ao ataque e massacrou o adversário em sete minutos.

Zé Rafael deixou tudo igual, aos 39 minutos. Régis fez o da virada, dois minutos mais tarde. Ainda atordoado, o Atlético Paranaense viu o time tricolor marcar o quarto, aos 43. E não parou por aí. Aos 46, Régis fez o segundo dele na partida: 5 a 2

A partida esfriou no segundo tempo. Mas o Bahia embalado ainda sacramentou a vitória com o sexto gol aos 26 minutos. Após cruzamento rasteiro, a defesa do Atlético Paranaense falhou e Edson decretou a inesperada goleada na estreia. O time de Curitiba ainda ficou com um a menos após a expulsão de Marcão aos 28.

O Atlético Paranaense agora volta as suas atenções para a Copa Libertadores. Nesta quarta-feira visitará a Universidad Católica, no Chile, pela última rodada da fase de grupos. O time rubro-negro está na terceira colocação do Grupo 4, com os mesmos sete pontos do San Lorenzo, o vice-líder. No mesmo dia, o time argentino enfrentará o Flamengo, que está na ponta com nove.

O Bahia também vai a campo nesta quarta-feira, quando visitará o Sport, no estádio da Ilha do Retiro, no Recife, no primeiro duelo da decisão da Copa do Nordeste. A volta está marcada para o próximo dia 24, na Arena Fonte Nova.

Macaca engole o Leão – Acertado com o Corinthians, o atacante Clayson fez a sua despedida da Ponte Preta neste domingo e encerrou a passagem por Campinas (SP) com chave de ouro ao marcar dois dos gols da goleada sobre o Sport por 4 a 0, no estádio Moisés Lucarelli, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

Além de Clayson, Lucca e Nino Paraíba marcaram os gols da Ponte Preta, que somou os primeiros três pontos na competição. Já o Sport, que poupou alguns titulares porque vai disputar a final da Copa do Nordeste nesta quarta-feira contra o Bahia, segue zerado. Além disso, vem em uma maratona de jogos, incluindo a Copa Sul-Americana.

A Ponte Preta dominou o primeiro tempo, tanto que o Sport criou apenas uma oportunidade, mas Matheus Ferraz cabeceou por cima. Antes, Lucca recebeu de Clayson e, na cara do goleiro Magrão, finalizou para fora.

O atacante foi quem abriu o placar, aos 40 minutos. Ravanelli cobrou escanteio e ele cabeceou no cantinho. Quatro minutos depois, Nino Paraíba aproveitou cruzamento de João Lucas e, de cabeça, tirou de Magrão, ampliando para os donos da casa.

O Sport não mostrou poder de reação no segundo tempo e continuou sendo dominado pelo time paulista, que desperdiçou duas oportunidades antes de marcar o terceiro, aos 27 minutos. O árbitro assinalou pênalti depois da bola desviada por Lucca acertar o braço de Evandro. Clayson bateu alto e no meio, sem chances para Magrão.

Nos acréscimos, Nino Paraíba escapou pela direita e cruzou na medida para Clayson completar. A partida deste domingo marcou a despedida do atacante, já que ele é aguardado esta semana para assinar com o Corinthians. O técnico Gilson Kleina, suspenso, não ficou no banco de reservas. A missão ficou com o auxiliar João Brigatti.

Os dois times voltam a campo no próximo domingo pela segunda rodada do Brasileirão. A Ponte Preta vai até o Rio para enfrentar o Botafogo, às 18 horas, no estádio do Engenhão, enquanto que o Sport recebe o Cruzeiro, às 19 horas, no estádio da Ilha do Retiro, no Recife.

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