Enquanto os professores da rede de ensino municipal do Cabo de Santo Agostinho iniciaram na segunda-feira (9) o primeiro dia de paralisação da greve anunciada na semana passada, em protesto contra o reajuste de 3,5% do piso salarial da categoria que o prefeito Lula Cabral com o apoio da Câmara de Vereadores concedeu à categoria, no Recife a Assembleia Legislativa aprovou, por unanimidade e em dois turnos, o projeto que concede reajuste de 6,27% ao piso salarial dos professores e profissionais da educação da rede estadual de ensino, evitando com isso uma greve geral do ensino em todo o Estado.
O texto estava na pauta de votações do Plenário desde o dia 3 de junho, mas, por falta de quórum nas reuniões, precisou ter a apreciação adiada. O esvaziamento dos encontros, inclusive, gerou divergências políticas entre as bancadas de oposição e do governo.
Superado o impasse, a proposta foi acatada em primeiro e segundo turnos, em duas reuniões consecutivas. Ao final das votações, o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), parabenizou a postura dos parlamentares e elogiou os professores pela luta. Porto garantiu, ainda, que o projeto já seria encaminhado para a sanção pela governadora Raquel Lyra.
Nesta segunda-feira, o Sintepe (Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação do Estado de Pernambuco) suspendeu as aulas nas mais de mil escolas estaduais e convocou os professores para ocuparem as galerias da Alepe para pressionar os deputados estaduais para a aprovação do projeto de lei que determinava o reajuste de 6,27% do piso salarial da categoria que vinha sendo protelado desde de maio, com a falta de quorum determinada pela ausência da bancada governista.
Enquanto os professores da rede estadual de ensino conseguiram sensibilizar os parlamentares para aprovarem o seu aumento – cujo índice, a nível nacional, foi definido pelo Ministério da Educação – no Cabo de Santo as cerca de 300 escolas da rede municipal de ensino amanheceram fechadas nesta segunda-feira. Em apoio à reivindicação dos professores e em apoio à categoria, os próprios pais dos alunos seguraram seus filhos em casa.
A greve decretada na semana passada foi a resposta do Sindicato dos Professores do Cabo de Santo Agostinho à aprovação, pela maioria de 18 vereadores que compõem a base do governo na Câmara Municipal, do projeto de lei do prefeito Lula Cabral (Solidariedade) concedendo um reajuste de apenas 3,5% (três e meio por cento) sobre o piso salarial da categoria, quando o índice definido pelo Ministério da Educação foi de 6,27%, a nível nacional.
O aumento de 3,5% de Lula Cabral aos professores recebeu o apoio dos vereadores Anderson Bocão (PSB), Aziel (PP), Cianinho (Avante), Dr. Bruno Villar (PCdoB), Ezequiel (Solidariedade), Gisele de Dudinha (PP), Karol Barros (Republicanos), Marcelo Macarrão (Podemos), Marcos Mão Amiga (PSB), Naelson Valério (PL), Nia Vip Car (Solidariedade), Paulo Farias (Solidariedade), Pedrinho da Galinha (PP), Robinho Jogador (Solidariedade), Rodrigo Neto (PSDB), Teresa (PP), Vevel de Caboré (PSDB) e Zeu da GVNET (PSB).
Enquanto Lula Cabral decretou com sua proposta um arrocho salarial para os professores, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Menezes (PP) seguiu a orientação do governo federal e concedeu aos professores da rede de ensino do Município um reajuste de 6,27%. Já o prefeito de Ipojuca, Carlos Nascimento (Republicanos) foi ainda mais generoso com a categoria e antecipou um reajuste de 10% ainda no início do ano letivo, em fevereiro.
