Muito mais indecente do que o amor que os bolsonaristas falsamente alardeiam pela pátria é o ódio que eles nitidamente sentem pelos que ousaram – e ousam – atravessar o caminho do lorde water closet Jair Bolsonaro. O prazer que os adeptos da bandalheira e do caos exageradamente demonstram nas vitórias do Legislativo sobre o Executivo de Luiz Inácio e eventualmente sobre o STF de Alexandre de Moraes só não é maior do que a imbecilidade de acharem que somente o Lula 3 e os ministros da Corte Suprema irão para o buraco. É o preço de uma inveja sórdida, arriscada e, principalmente, temerária.
Perder ou ganhar deveria fazer parte de qualquer jogo, inclusive do político. Infelizmente, esse conceito não integra o protocolo das legendas que trabalham contra Lula e contra 218 milhões de brasileiros. Tudo em nome do amor que os parlamentares da oposição dizem nutrir pela nação. O resultado é o que estamos assistindo de camarote na pocilga chamada Congresso Nacional, transformado em um ringue imaginário, mas com lutadores reais, ferozes e loucos para recuperar o que perderam nas urnas. Como agentes públicos, os representantes do povo deveriam ser informados que eles também são responsáveis pela ineficiência do Estado.
Adoradores de emendas, lambe botas de um mito que para tirano de ponta falta muito mais do que a ponta e representantes do que há de pior na desimportante aristocracia brasileira, deputados e senadores da atual legislatura zelam com relativa violência pela manutenção do espetáculo circense que montaram desde a derrota de Jair Bolsonaro, em outubro de 2022. Como artistas mambembes, os parlamentares de araque, antes mesmo de votar pela derrubada das propostas do governo, sabem o que sobrará para a plateia destinada aos palhaços chamados eleitores. O ódio pelo vitorioso Lula da Silva não tem limites.
É tão grande que os parlamentares das legendas bestializadas não conseguem perceber que as derrotas impostas ao governo do PT respingam em todo a população, incluindo os pobres de direita, os chamados escravos que lutam pelo direito de serem chicoteados. Cada um tem as costas e o chicoteador que merecem. Ao aprovar a urgência para derrubar o IOF, a Câmara, mais uma vez, transferirá para o pobre do contribuinte a obrigação de pagar imposto para enriquecer os mais ricos. Embora saibamos que a aristocracia engorda o mingau de colherada, não podem ser considerados sérios e patriotas congressistas que se prestam a esse papel.
É óbvio que, para esses parlamentares, um bom governo é aquele que garante lucros e vantagens para seus bolsos. O problema toma proporções ainda mais bombásticas quando tomamos conhecimento de que boa parte dos partidos que rejeitam os projetos do Executivo integra o Lula 3. É a formalização do toma lá, sem dá cá. Independentemente do desejo de concorrer a uma quarta encarnação, o presidente bem que poderia incorporar o caboclo tomador e oficialmente congelar todas as emendas, isenções e subsídios destinados aos ricos, incluindo a turma do agronegócio, e à cambada travestida de parlamentar que trabalha pela derrocada do país. Aliás, agradeça aos “salvadores da pátria” quando sua luz aumentar.
Fruto da inveja que os bolsonaristas e os fanáticos pelo poder sentem pelo excesso de carisma do presidente Luiz Inácio, o falso amor pela pátria é uma faca de dois gumes. Não podemos esquecer que os deputados e senadores que hoje posam de paladinos da moralidade nunca fizeram nada pelo país. Muito pelo contrário. Só debocharam do povo. Por isso, não merecem ser canonizados. Talvez eles sejam reeleitos em 2026, mas continuarão nada fazendo. Do meu catre, torço para que os brasileiros que pensam não façam como Pôncio Pilatos e entreguem o Brasil aos que desejam o retorno da ditadura ou àqueles que têm orgulho de serem chamados de malucos por São Bolsonaro. Xô fariseus!
