Contemporânea dos imortais Dercy Gonçalves e Costinha, a civilização Aquidaoanus parece ter sido o povo mais avançado da Terra. Apesar disso, sequer foram citados na COP 30. Falha imperdoável. Não existe papiros, escritos ou imagens que comprovem a existência desse lendário agrupamento. Portanto, tudo que dissermos a respeito é só especulação. O que me leva a crer na força glútea dos aquidaoanenses é o sagrado conhecimento que eles deixaram para os mortais, com tradução online feita pelos pokémons. Não me lembro a autoria, mas li recentemente que, no Brasil, mais precisamente na cidade de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, há um grupo remanescente.
Conforme os alfarrábios consultados, trata-se da tribo indígena Akidaoanus, conhecida por suas metodologias peculiares, entre elas colocar piercing nos glúteos. Dizem os historiadores que a prática nadegal objetiva fortalecer e unir a tribo. Como todo povoamento tem rivais, os dos Akidaoanus são os índios da tribo Papacu, responsáveis por numerosas invasões do território alheio e, afirmam os entendidos, pelos mais violentos estupros aos membros da aldeia vizinha, cuja passividade é explorada até pelos machos da categoria onça pintada. É um risco, pois lembra aquele velho filme Acusada de morte.
Aliás, história ou não, os “homens” da tribo Akidaoanus são os preferidos para as pintadas dos “onços”. Não sei até onde a lenda se mistura com a realidade, mas o que sabe é que os do anus sul-mato-grossense aprenderam o ofício com os portugueses que chegaram por aqui lá pelos anais de 1500. Nada a ver com a turma do Cabral, liderada por um macho dificultoso e que só escreveu a carta ao rei porque estava com a minha na mão. O exemplo veio em nau diferente. Chegou no navio Pau a Pique, que trouxe a bordo o paquidérmico Dom João VI, cognominado “O Clemente” e que não era muito chegado à patroa Carlota Joaquina. Coisas de seu passado no meio dos padres.
Na vida privada, o gordinho depressivo tinha seus regulares anseios masturbatórios. Testemunhos escritos pelo Padre Miguel, vizinho do sacristão Realengo e do clérigo Bangu, revelam que, após comer de dois a três frangos, também experimentava uma bela manjuba e alguns ovos. Descendente direto de um português e de uma índia uruguaia, graças ao Deus dos héteros, tive oportunidade de pesquisar minha árvore ginecológica a tempo de descobrir que não sou originário dos Akidaoanus, liderados com mão de ferro pelo morubichona Kutuka Notoba, pai do pajé Tiragato Dakatola.
Se eu ainda tiver algum passivo indígena, torço para que seja similar aos dos irmãos da tribo Papacu, comandados livremente pelo cacique Massaro Nofuro e pala cacica Sheera Azedo. Não disponho de provas, mas leituras incessantes sobre matéria tão picante revelam que Tukuta Frosho é o conselheiro espiritual das duas aldeias. Com essa posição e com apoio do cambono Kagaro Nakombi, ele está responsável pela circuncisão da molecada da família Akiquidaoanus e, nas horas vagas, pela decupagem das meninas papacuenses. Tudo sob a supervisão da feiticeira trans Sashimi Nakama.
Deve haver uma explicação para uma narrativa iniciada com Dercy Gonçalves e Costinha ter se embrenhado pela terra do sol nascente. Tem. É que nem todos os japoneses desembarcados do navio Kasato Maru ficaram em São Paulo. Liderados pelo buda Koi Tannal, os orientais foram liberados para os contatos de terceiro grau com os Akidaoanus e com os Papacu. A interação dos indígenas começou com Balan Sarrola, Misako Takosano, Tataki Nocopo, Zeca Gado, Dibuya Omiyo, Ana Conda e Dayde Costa. Do lado japonês, os escolhidos foram Tommy Nocanecco, Sujiro Kifuja, Kotuko Kudoskara, Mishutaru Norabbo, Fidyuma Shupavara e Matotu Itikomo. A distribuição dos nomes deixa claro quem doutrinou os homens de uma e de outra tribo.
Infelizmente, isso a COP 30 não vê.
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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras
