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CPI da Covid vira um Tribunal de Inquisição

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, obedeceu, com o rabo entre as pernas, após enumerar diversas razões para não fazê-lo, à determinação intervencionista da Suprema Corte para instalar a CPI da Covid, com o único objetivo de investigar as ações do governo federal, atendendo, com sempre, a uma representação de partidos nanicos, ignorando a roubalheira dos recursos públicos liberados pelo governo federal para os estados e municípios, planos esses atrapalhados mais tarde pela alteração dos objetivos da Comissão.

Enquanto isso, inexplicavelmente, a CPI do “Rabo Preso”, também apelidada de lava-toga, que deveria “investigar condutas ímprobas, desvios operacionais e violações éticas por parte de membros do Supremo Tribunal Federal e de tribunais superiores do país”, hiberna nos gabinetes enlameados do Senado desde 2019, chegando a ser refugada por senadores “sub judices” escolhidos para compor a CCJ daquela Casa.

Não existe desmoralização maior para uma Comissão de Inquérito forjada politicamente para derrubar um Presidente da República, sob a alegação de investigar responsabilidades de autoridades e mal uso de recursos públicos na pandemia, do que ser presidida por um Senador investigado exatamente por desvios de recursos para a área da saúde, quando foi governador do Amazonas, envolvendo ainda sua esposa e três irmãos.

Para completar essa apologia à corrupção, as hienas escaladas para atuar nesse espetáculo circense ainda escolheram para relator não apenas o pai de um dos governadores que podem vir a ser investigados, mas um símbolo da corrupção na história do Brasil.

Renan Calheiros é réu ou teve os processos indevidamente arquivados em quase duas dezenas de processos como peculato, ao receber recursos do lobista da Mendes Júnior para pagar pensão da filha que teve fora do casamento; propinas de diretores da Petrobras e da Transpetro; esquemas de propina na construção das usinas Angra 3 e de Belo Monte; propina para evitar instalação de CPI da Petrobras no Congresso; dinheiro do doleiro Alberto Yousseff; movimentações financeiras suspeitas; e venda de medidas provisórias, na Operação Zelotes.

Esses dois ícones da criminalidade, uma pequena amostra da podridão que assola a política brasileira, têm o descaramento de se apresentar diariamente humilhando, insultando e ameaçando de prisão cidadãos de bem convocados a depor como testemunhas, como Mayra Pinheiro, honrada e capaz Secretária do Ministério da Saúde e o general Pazzuelo, oficial-general do mais alto padrão intelectual, ético e moral, um orgulho para o Exército e para o Brasil, que ganhou maior notoriedade fora da Instituição por sua brilhante atuação na logística de defesa das Olimpíadas no Rio e na Operação Acolhida, em apoio aos venezuelanos que fugiram para Roraima.

Enquanto isso, a maioria de Suas Excelências, inclusive alguns que agora vociferam como justiceiros castiços nessa palhaçada transmitida ao vivo em cadeia nacional, urdiam tramas inconfessáveis com os governos de coalizão para se locupletarem e para elegerem-se e reelegerem-se com a ajuda de recursos ilícitos roubados dos cofres da Nação.

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