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Deputados sem ética, cínicos, blindam golpista Dudu do Hamburger

O que esperar de um deputado que, com cara de pastel e jeito lombriga rastejante, se esconde no que seus pares chamam de imunidade parlamentar para achincalhar sua pátria? Nada, além do que ele mesmo cavou: o abismo político. O que o Brasil fez para merecer um parlamentar tão mentiroso, asqueroso, despeitado e invejoso? Também nada, mas Deus o fez nascer de parto anormal em uma família que se imagina idolatrada, mas, na verdade, está completamente fora de linha. Por isso, o clã é conhecido nos salões da direita, da esquerda e do centro como um trem desgovernado.

Comédia pastelão do tipo Os Trapalhões, a vida de Eduardo Bolsonaro, um dos trumpetes de Donald Trump, riu do povo brasileiro ao ser blindado pela Comissão de Ética da Câmara, onde respondia por quebra de decoro parlamentar. Protegido pela gangue que se associou criminosamente ao bolsonarismo, Dudu do Hambúrguer venceu, mas não levou. Refugiado nos Estados Unidos, ele conspira diariamente contra o Brasil, não dá qualquer satisfação a seus eleitores e se acha a própria rainha da Inglaterra.

Parte dos seres irracionais salvos por Noé, o deputado que, como o pai e os irmãos, posa de paladino da moralidade, não se envergonha de trair os interesses nacionais se utilizando de recursos públicos. Mesmo de longe, ele lembra o sujeito feio que fala de feiúra, o falso que critica a falsidade e o desrespeitoso que exige respeito. Não sei que alguém já sugeriu, mas, falando em respeito, em lugar dos Estados Unidos, Dudu bem que poderia estar na Índia, porque lá a vaca e boi de chifre são sagrados.

Certamente Eduardo Bolsonaro e o clã que representa ainda não foram informados que os sete votos favoráveis ao encerramento da investigação contra ele significam uma “vitória de Pirro”. Expressão antiga, o termo representa uma vitória conquistada a um custo tão alto que, no futuro, equivalerá a uma derrota. Ou seja, em breve os prejuízos irão superar os benefícios. Quanto aos sérios problemas de ética do tal conselho, o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (União Brasil-PB), bem que poderia lembrar a seus pares que, pior do que a falta de ética, é escancarar o escárnio e o cinismo.

Cobrar ética de deputados e senadores é uma coisa complicada. Imagina exigir valores morais de parlamentares que se venderam à família Bolsonaro, tida e havida como o que há de pior na história política brasileira. Autor de um voto tão solitário que ele acabou divergindo dele mesmo, o ministro do supremo Tribunal Federal foi o último dos comediantes do conservadorismo a perder o respeito dos brasileiros corretos. Para quem não lembra, o ministro condenou mais de 400 bagrinhos envolvidos na baderna de 8 de janeiro de 2023.

Meses depois, com a continuidade do julgamento, ele com a mesma caneta, mas com peruca mais clara, decidiu absolver os mandantes do vandalismo. Não é um caso comum para homens que chegam engalanados à Corte Suprema. Com a toga da seriedade, acho que, depois de defender a tese de que o pau que bate em Chico não pode bater em Francisco, Luiz Fux deve estar sofrendo do mal que incomoda Eduardo Bolsonaro desde a fuga para os EUA. Como conversar comigo mesmo após tantas incoerências? Faço minha a frase de uma personagem da novela das nove: “A gente precisa comer um quilo de sal com a pessoa para saber quem ela é”.

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Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais

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