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Deus é brasileiro e com o povo vai manter mitos e múmias nos sarcófagos

Além de brasileiro e patriota, tudo indica que, quando lhe sobra tempo, Deus também é político sério, de vanguarda e ferrenho adepto da sociedade que trabalha para o a população do bem. Prova disso é que a turma da maldade de vez em sempre põe areia no caminho de quem quer trabalhar e Deus, na calada da noite ou no clarão do dia, vai lá e dispõe. E assim vamos caminhando em busca da felicidade, de um milagre, do tempo perdido, de sentido, do vale encantado e, quem sabe, do retorno da lenda ou do rei de Garanhuns. Como Deus não “trabalha” sozinho, precisamos fazer nossa parte.

Como?  Votando para que as múmias paralíticas, as almas penadas, o mito, os corvos, os pagãos e os falsos profetas permaneçam onde estão: no sarcófago, no purgatório ou no limbo. Sem eles, o Brasil tem chance de recuperar o que perdeu faz pelo menos sete anos: o respeito internacional e o respeito interno pelos 584 parlamentares que diariamente se apresentam como representantes do povo. É para lamentar o tipo de parlamentar de que dispomos hoje. Apesar de cristão, não lamento o fato de não esquecer que, para eles, todo castigo de Deus é pouco.

Antes que nos levem para o fundo do poço, torço para que a maioria que trabalha contra o Brasil se afogue de paletó e gravata em um pântano de areia movediça. Pouco importa que a região pantanosa seja nos Estados Unidos. Animalesca e criminosamente, as excelências desta legislatura – algumas oriundas da anterior – respiram ódio, ranço e desprezo pelos brasileiros. Vassalos e capachos dos brucutus que desejam o retorno do regime de exceção, expressiva parcela da Câmara e do Senado decide sistematicamente em benefício do crime organizado, consequentemente em favor da violência.

Incoerentes até nos sonhos, deputados das legendas vinculadas à família do ódio pelo menos foram coerentes ao propor, votar e aprovar em uma tarde os dois turnos da PEC da Bandidagem. O absurdo do privilégio teria sido uma confissão de crimes? Com certeza! Mais do que assumir que são criminosos contumazes, desavergonhados, sem eira e nem beira, os deputados que votaram pela aprovação da proposta deram, de punho fechado, um murro na cara dos seus eleitores. É claro que terá volta. O monstrengo foi derrubado, por unanimidade, pela CCJ do Senado Federal.

Deus não dorme e as excelências bandidas, sempre com o Centrão à frente, sabem disso. A lei do retorno certamente começará a ser cumprida em outubro do ano que vem. Aguardemos. Sem novos adjetivos para desclassificar a maioria de nossos parlamentares, até 2026 estarei nas arquibancadas da vida, torcendo para que o eleitor se esclareça, pense, repense e vote para se libertar do clã Bolsonaro, dos grupos que criminalizaram parte do Congresso Nacional e daqueles e daquelas que se acham donos ou mandatários dos partidos, do povo e do país.

Desnecessário repetir que, salvo raras exceções, a atual Câmara dos Deputados desonra, macula e envergonha a longeva e rica história política do Brasil. Como disse Ulysses Guimarães no dia da promulgação da Constituição de 1988, “Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição e traidor da pátria”. Dito isso, parece ter chegado a hora de o eleitorado nacional virar a página e começar a alijar da política os fariseus, os vira-latas, os líderes de facção e, principalmente, os deputados que, mesmo fugido para o exterior, trabalham para prejudicar o país.

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