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Dia do golpe vira alerta para golpe contra o trabalhador

Foto/EstadaoConteúdo - Arquivo Notibras

Bartô Granja

A classe trabalhadora, representada pelas mais diferentes centrais sindicais, promove atos em todo o País, ao longo desta sexta-feira, 31, contra as reformas do presidente Michel Temer, a exemplo da trabalhista e previdenciária. O movimento, encabeçado pela CUT, servirá como espécie de teste da greve geral programada para abril, em data a ser definida.

O entendimento da CUT é o de que com a lei da terceirização prestes a ser sancionada por Temer, o governo estará abrindo as portas do cemitério para os trabalhadores. A terceirização, acusa Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores, vai abranger até as atividades fins. “Não haverá garantia de carteira assinada, férias, licença maternidade e aviso prévio”, sublinha.

– O trabalhador não poderá mais processsar a empresa contratante, mas apenas a terceirizada. Não bastasse isso, poderá, inclusive, tentar receber via Justiça do Trabalho o próprio salário, caso a intermediadora de mão de obra feche sem avisar ninguém, fato muito comum hoje, adverte Vagner.

O dirigente sindical rebate os defensores da terceirização, que, sustentam, facilitará a contratação da mão de obra tirando o Brasil da crise. Vagner Freitas tem outra opinião. Segundo ele, esse é um “argumento falacioso”, uma vez que a terceirização ampliada, como deseja o Palácio do Planalto, “é uma manobra para reduzir a responsabilidade do Estado e dos empresários, criando uma suposta segurança jurídica para precarizar e, com isso, aumentar ainda mais seus lucros.”

A Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo e outras centrais sindicais abraçaram a causa da CUT. “Estamos todos juntos. Somos parceiros. E só com o povo nas ruas poderemos barrar esses ataques”, acentua Vagner.

O 31 de Março entrou para a história como o dia em que os tanques ocuparam as ruas para depor João Goulart da Presidência, no golpe militar de 64. Agora, segundo o dirigente da CUT, a batalha é “contra mais um golpe”. Para esta sexta-feira, estão previstas paralisações de categorias, manifestações e trancamento de avenidas e rodovias.

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