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Direita patina e Lula surfa em ondas serenas

A pouco mais de um ano das eleições presidenciais de 2026, a direita e a extrema-direita, assessoradas de perto pelos desconectados morubixabas do Centrão, se mantêm delirantemente em busca de um postulante capaz de fazer frente à candidatura vitoriosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tarefa das mais difíceis, considerando que até mesmo centristas de cartucheira e meias três quartos já começam a pular fora do barco furado da tropa bolsonarista. Parece o caso do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (União-PB), filho de Nabor Wanderley, prefeito de Patos e pré-candidato ao Senado.

A curiosidade favorável a Lula é que Patos é um dos maiores redutos petistas na Paraíba, estado em que tanto o governador João Azevedo (PSB) quanto o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (sem partido), são aliados do presidente da República. Não é nada, não é nada, mas, como todos lutarão pelo apoio de Lula, a reciprocidade é tida como certa. E não é só na Paraíba. Na maioria dos estados nordestinos, a briga pela presença de Luiz Inácio nos palanques locais tem sido intensa.

Seria o caso de dizer que Luiz Inácio 2026 é pule de dez? É claro que não! Talvez pedir para que aceitem Lula que dói menos? Também não! Ainda é cedo para qualquer tipo de afirmação nesse sentido. No entanto, vale registrar que é muito tarde para imaginar uma vitória da direita que ainda engatinha na busca de um adversário de peso. O fato é que, enquanto a direita patina, Lula surfa nas ondas tranquilas e serenas do mar nordestino.

Como não se trata de ciência exata, a política muda a cada balanço das marolas. O que não costuma mudar é a ojeriza da maioria dos eleitores da região aos discursos de ódio e ao sórdido e soberbo desejo da minoria que teima em se achar superior. Não são, nunca foram e jamais serão. Sabidamente, em um ano muita coisa muda na política. O que hoje é óbvio, amanhã vira hipótese. O que hoje é paixão, amanhã é traição. E assim caminham todos na luta pelo voto.

Como dizem os analistas da área, ninguém sabe o que pode sair da cabeça dos eleitores. É bola ou bulica. Dizem os mais sábios que política, políticos e amor não são convergentes. É a mais pura verdade. Todavia, também é verdadeira a tese de que o desamor, o rancor pelos diferentes e o preconceito com os menos favorecidos podem derrubar até mesmo candidaturas poderosas, como foi a de Jair Bolsonaro em 2022.

Seja lá como for, tudo indica que não haverá mudança no que está posto. O povo anseia pela paz, que é sinônimo de perenidade democrática. Mais consciente do que em anos anteriores, o eleitor sabe que paz e liberdade não combinam com o extremismo pregado pelos fãs, muito menos pelos prováveis candidatos vinculados ao bolsonarismo. Quem sobra? Aquele que, apesar de todos os adjetivos contrário, agrega valores e já provou que é capaz de lutar pela democracia, bem maior de todos os que querem distância do inferno.

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