A pretexto de nada, uma caravana brasileira de autoridades de coisa alguma partiu para aprender sei lá o que em Israel, berço da direita autoritária, odiosa, belicosa e intragável. Não são sérios. Por isso, como escrever algo sério sobre eles. Para começar, extremistas quando o tema é acabar com qualquer governo que não seja o deles, foram para Tel Aviv, perderam o rebolado, enfrentaram as bombas dos aiatolás e só saíram (ou sairão) graças à intervenção do governo do comunista Luiz Inácio Lula da Silva.
Coisas da vida que essa gente sempre inocente só alcança quando se vê diante do perigo iminente. Alguns mais covardes fogem antes mesmo do perigo, mas jamais deixam de se mostrar inocentes. Provavelmente essa ruma que ignorou os alertas do Itamaraty e partiu para os braços de Benjamin Netanyahu precisará explicar a seus eleitores as razões da viagem. A única chance de fugirem das explicações é buscarem na administração anterior sigilo de 100 ou 200 anos para o rico convescote no Oriente Médio.
Antecipo que não adianta tentar tapar o sol com a peneira e dizer que foram a Tel Aviv assimilar novas técnicas de combate à seca, à violência urbana ou de recapeamento asfáltico. O todo poderoso Benjamin Netanyahu não entende disso. O que ele sabe – e bem – é como atacar, torpedear e vilipendiar os que ousam interferir em sua caminhada com parada obrigatória no poder eterno. Tudo a ver com o Brasil das “autoridades” do “Tororó” que decidiram visitar a terra em que nasceu Jesus. Como foram a Israel pegar armas e não acharam, por pouco não viram Genésio.
Vale registrar que os moços e as moçoilas da “delegação” extraordinária (ou seria ordinária) sequer chegaram aos Muro das Lamentações, onde certamente divagariam sobre o governo que lhes “roubou” a eleição no Brasil. Deus é Grande, não tem tempo para fofocas e odeia o povo que perde, mas não sabe perder. Aliás, nada de anormal em se tratando da direita brasileira, cujos integrantes adoram um bunker em Israel, mas não conseguem tapar os buracos de suas cidades.
Estou tentando ser sério a léguas de distância, mas imagino a turma do meu pirão primeiro se borrando em Israel diante da possibilidade de o pendular Donald Trump deixar o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, livre para matar. É um balaio de caninanas se engalfinhando no fim do mundo por um lugar no primeiro avião com destino ao Brasil. Resumindo, a direita briga de foice, martelo, tanques e canhões pelo mel na chupeta, mas morre de medo de experimentar uma sentada na pimenta malagueta.
Com esse povo que quer mandar, mandar e mandar, vamos que vamos rumo a lugar nenhum. Como não abominar autoridades que amam levantar a bandeira com o bordão Deus, Pátria, Liberdade e Família, mas odeiam os que falam em democracia. Pior é defender um mandatário e um ex-mandatário seguidor do mantra de guerra pela guerra que, em nome do horror na Terra Santa e do golpe na Terra da Alegria, vivem para barbarizar com vidas humanas. Por tudo isso, faço minhas as palavras do imortal Nelson Rodrigues: “Os loucos vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”
