Arrogante, bestial e sem noção, o último gesto do governo de Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes é a prova definitiva de que a família Bolsonaro não poderia ter melhor parceiro nessa escrota tentativa de semear o caos no Brasil. Megalomaníaco, egocêntrico, chantagista, mentiroso e potencialmente narcisista, Trump encontrou em Jair Bolsonaro o assecla ideal para atingir econômica e politicamente o país que tardiamente virou as costas para seu protegido. Que a tal Lei Magnitsky seja para um e para outro somente um pergaminho daqueles que os loucos enfiam escaninho adentro e depois não conseguem tirar.
Do tipo menino mimado, aquele que permanece com as fraldas molhadas com medo de sair às ruas, ser descoberto e voltar ao estado vegetativo, Bolsonaro vem tentando o impossível para tirar Alexandre de Moraes do seu caminho. O mínimo ele já conseguiu: a ira do ministro. O máximo está por vir. Ao lado dos companheiros magistrados que também tiveram os vistos norte-americanos confiscados, Moraes deve estar chorando rios de lágrimas por ter sido proibido de visitar o Mickey, a Minnie, o Pato Donald e o Tio Patinhas e de poder dar voz de prisão a um dos Irmãos Metralhas.
Graças a João Bafo de Onça, a tristeza é parcelada, pois pelo menos o Pateta permanecerá entre nós. Não sabemos até quando. Talvez até o dia em que Papai Papudo resolva impor cabelos lisos e loiros a Xandão. Aí pode ser a gota d’água que faltava para transbordar o balde ensebado de mentiras que ainda segura o moço cuja esperteza está presa no tornozelo. A do gogó já ficou na caserna. O ministro provavelmente se manifestará antes que aqueles três “colegas” que mantiveram os vistos deixem o casulo e resolvam montar acampamento defronte ao STF em defesa do irmãozinho querido.
Trágica não fosse cômica, a descabida proibição imposta a Xandão é para lavar a alma dos verdadeiros patriotas, aqueles que estão convictos de que a única injustiça do STF com Jair Messias é ainda mantê-lo livre. Impedir uma autoridade brasileira de circular e de movimentar suas finanças nos Estados Unidos talvez antecipe a cobrança anunciada à liberdade do ex-presidente golpista. Se a ideia é obrigar o Poder Judiciário brasileiro a baixar a guarda, perderam, manés. Avisem a Donald Trump que, com ou sem sanção, Bolsonaro vai para a prisão.
O Brasil não é quintal dos Estados Unidos, tampouco banheiro de Donald Trump. Nossa soberania não tem preço, mas valor. Se querem saber, duela a quien duela, a lei será aplicada com todo o rigor exigido em quem não teve – e não tem – a decência de assumir os crimes que cometeu. Obviamente que a insana e encomendada taxação de 50% sobre as exportações brasileiras vai gerar grandes perdas para todos os setores produtivos da nação, notadamente para o agronegócio.
Todos seremos atingidos. Entretanto, o Brasil não fechará suas portas e, graças à solidariedade própria àqueles que não pensam com o fígado, ninguém morrerá de fome. Quanto aos chantagistas e manipuladores nacionais, o que podemos dizer é que todos da mesma laia um dia experimentarão as agruras do cárcere público. Como o governo e o cidadão Donald Trump têm prazo de validade, vale a pena lembrar ao narcisista e mentiroso frustrado que o dele está logo ali. Afinal, traidores não merecem perdão, muito menos memória. Acabou seu tempo. Pouco importa a força do amiguinho Donald Trump, pois sua corda já está no pescoço.
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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras
