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Eleitor está de olho em político que promete paraíso e dá o inferno

No tabuleiro eleitoral da atualidade, difícil é encontrar alguém capaz de, justificadamente, merecer o título de representante do povo, eventualmente alcunhado de eleitor. Em se tratando de personagens políticos, hoje a palavra da moda é o substantivo descrédito. Nada pior para uma nação que luta desmedidamente para se manter no grupo dos países ascendentes e que lutam diariamente contra o sentimento de pessimismo e a falta de orgulho da nacionalidade do povo.

Diante desse quadro tenebroso, realmente não dá para cravar Lula como vencedor ou o “apadrinhado” de Jair Bolsonaro como perdedor. Muita água ainda há de rolar sobre e sob essa ponte chamada polarização. O que se sabe – pelo menos é o que se espera – é que, falhando a cobrança dos eleitores em 2026, a lei divina não falhará. A conta futura certamente será das mais salgadas para deputados, senadores e até ex-presidentes que tentam fazer do Brasil uma extensão de suas cozinhas ou de suas igrejas pentecostais.

A começar pelo descuido com o meio ambiente e com a depravação parlamentar, os homens desta República precisam crescer à altura da importância e da grandeza do país. Como disse um folclórico presidente do Supremo Tribunal Federal do século passado, o Brasil “exige homens grandes, de alto espírito público, e não de homúnculos que venham degradar por interesses pessoais, por interesses partidários, por interesses de classe ou de clã, prejudicando o desenvolvimento da nação, que só pede que a deixem progredir, que a deixem marchar”.

Mesmo distantes do juízo eleitoral final, não é demais lembrar aos atuais congressistas que, ao contrário do que imaginam, há milhões de brasileiros com direito a voto de olho neles. Quantos de nós faz o certo quando ninguém está olhando? Poucos, muito poucos. Em se tratando de políticos, diria que nenhum. É por essa razão que os mais justos cobram dos eleitores um mínimo de conscientização e perfis menos vinculados ao personalismo e à idolatria.

É sabido que uma nação consciente é o maior medo de governantes mal-intencionados. Imaginem um povo sem medo e com o rabo solto. No Brasil que aninha corruptos de várias nuances partidárias, o pior dos cenários é a política se intrometer na religião e vice-versa. Como o Congresso Nacional apinhado de falsos profetas, o binômio política e religião, além de nefasto e comprovadamente nocivo, é o principal responsável pelo caos que vivenciamos nos plenários da Câmara e do Senado Federal.

Sei que não posso generalizar, mas sabidamente o político corrupto e o líder religioso têm muito em comum, na medida em que os dois pregam a moralidade, mas praticam a imoralidade. Ambos prometem o paraíso, mas entregam o inferno. Longe do altruísmo que arrotam, o mais lamentável é que ambos pedem o seu voto, mas vendem sua alma. Parafraseando William Shakespeare, votar ou não votar, eis a questão. Resumindo, nada melhor contra políticos espertos do que eleitores sábios e em alerta máximo.

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