Para os defensores do golpismo, matador de aluguel é o pistoleiro que assusta qualquer um. A pistoleira, porém, é engolidora de cartões de crédito, PIX e similares. Ou seja, é a dama da lotação. Em qualquer lugar do mundo, garoto de rua é um menino pobre. Quanto à garota de rua…Melhor nem falar a respeito dela. O mesmo ocorre entre o homem e a mulher da vida. O macho é experiente, enquanto a fêmea não passa de mulher da vida.
É uma lástima, mas como explicar que, ao contrário do homem, a mulher aventureira jamais será avaliada como desbravadora? No sertão, nos botecos de Realengo, na orla de Copacabana ou nas lojas de grife da luxuosa rua Oscar Freire, em São Paulo, tiozinho é somente o irmão mais novo do pai. Coitada da tiazinha. No linguajar dos políticos que amam adorar Bolsonaro e Donald Trump, feiticeiro é o homem com vasto conhecimento de alquimias.
Preciso dizer como eles definem a feiticeira? Nos parlamentos e bases eleitorais dos congressistas do Jair, o mesmo terror gramático acontece quando a comparação é com os bichos de pena. Lá, depois da divisão das emendas parlamentares, o homem galinha é o cabra pegador. Quanto a mulher do tipo, talvez não sobre nem aquele adjetivo com o qual denominamos as pobres das messalinas.
O pior dos comparativos é quando os de paletó e gravata, de alpercatas ou de cuecas regatas se mostram nervosos. É aí que eles mostram o que realmente são: medíocres, ultrapassados e apagados como machos. Ou seja, machista, mas sem fogo. Quando as emendas parlamentares atrasam, dizem que estão P da vida. Mudam quando definem as mulheres nervosas, que, para eles, são danadas e de baixa reputação. Próximo do fim da narrativa, venho a público para afirmar que não concordo com nada do que escrevi. Pelo contrário.
São absurdos da linguagem machista, obviamente criada por bocas de fossas denominadas homens. Não os conheço, mas sou capaz de jurar que todos nasceram do avesso, estão com problemas no turbo ou, na melhor das hipóteses, sofrem com os botões hemorroidais. Tudo a ver com quem apoiou o golpe, defende o tarifaço, aposta nas ações criminosas de Eduardo Bolsonaro e na possibilidade do ministro Alexandre de Moraes ser preso no lugar de Jair Bolsonaro.
Com ajuda dos deuses do bem e da confiança entre as grandes nações, Donald Trump e Luiz Inácio se mostraram machos com M e, finalmente, deram a cachimbada da paz. Com isso, calaram os falastrões que, como abutres à espreita da carniça, esperaram pela derrocada do Brasil até o último espirro do mandatário dos Estados Unidos. Que eles voltem à normalidade e percebam que, embora com as exceções conhecidas, somos todos filhos da mãe.
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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras
