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Espíritos malignos infiltrados querem levar o Brasil para o buraco

Sei que meter o pau no Congresso é mais do mesmo, principalmente porque, como a maioria dos brasileiros sabe, eles são escorregadios e mais parecem aqueles artistas que vivem de subir e descer no pau de sebo. Como ainda estamos no mês de Nossa Senhora Aparecida e de Nossa Senhora de Nazaré, não é de bom alvitre continuar com essa história de pau. Entretanto, para finalizar, me junto àqueles que sonham com o dia em que os políticos ruins experimentarão as agruras de um pau de arara.

Sei que sobrarão poucos, mas esses poucos certamente nunca mais terão a ousadia de impor à sociedade violências como as propostas de anistiar os bandoleiros da Praça dos Três Poderes, de reduzir a pena de um ex-presidente golpista e de manter o mandato de um deputado que, além de fujão, conspira contra a própria pátria. Esse povo sonhador preza a paz e, portanto, não se sustenta na violência, na soberba, na arrogância, tampouco na vingança.

Entretanto, nenhum deles esquece a violência imposta aos brasileiros durante a pandemia de Covid-19. Como não lembrar daquela macabra e sombria gestão? Como varrer para debaixo do tapete o longo e tenebroso período de negacionismo, inércia, deboche, desinformação, achincalhe de autoridades, homofobia, racismo, misoginia e, por fim, tentativa de golpe? Navegar é preciso, esquecer não é preciso!

Que voltem para os sarcófagos todos os que pensaram em ressuscitar a ditadura. Na semana em que também orgulhosamente homenageamos milhões de professores, aproveitemos o a, e, i, o, u para sugerir que o povo da cara de pau cumpra os desígnios do capeta e siga com destino àquilo do mundo. Como sei que muita gente consegue acompanhar meu raciocínio nada lógico, basta pensar na rima para descobrir onde quero que eles cheguem.

Embora seja chover no molhado, nunca é demais dizer que o Congresso Nacional eleito na esteira do clã Bolsonaro é o pior da história do Brasil. Com os olhos fechados para as mazelas da nação e para o futuro da população, as dúzias de deputados e senadores travestidos de soldados armados do bolsonarismo esquecem que, antes de levarem o país para o buraco, poderão arder na fogueira das vaidades. Preferiria a do inferno, mas, reiterando meu lado cristão, melhor ficar com a da vaidade.

Como pragas daninhas, os parlamentares brasileiros se notabilizaram na blindagem de foras da lei, na sabotagem de políticas públicas e no apadrinhamento de criminosos. Cínico, medíocre e teratológico, o espetáculo promovido diariamente por suas excelências é dantesco e assustador. Não tenho autorização para me estender no assunto, mas restam poucas dúvidas de que elas (as excelências) são parte da horda de espíritos malignos infiltrados que querem transformar o mundo em um lugar sombrio.

Tudo indica que eles começaram pelo Brasil. Isso é fato, não é fake. Por outro lado, embora seja popular, não é de bom alvitre o presidente de um poder apontar o dedo para o outro. Realmente é baixíssimo o nível do Congresso eleito graças ao sucesso extemporâneo da extrema-direita. Todavia, para um governo que não dispõe de maioria na Câmara e no Senado, é fundamental engolir silenciosamente alguns sapos. Luiz Inácio deve saber o que está fazendo, mas nem sempre o enfrentamento é o caminho. A melhor resposta é esperar 2026.

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Sonja Tavares é Editora de Política de Notibras

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