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Fux garante visto para os EUA e joga cabeça de colegas no canil yankee

Como garantista assumido da impunidade e coerente com seu passado de incoerências, o ministro do STF Luiz Fux votou para garantir a própria pele, além dos afagos do clã Bolsonaro, do carinho dos bolsonaristas e, principalmente, do visto dos Estados Unidos de Donald Trump. Deu de bandeja a cabeça dos demais colegas da 1ª. Turma para os trogloditas e bárbaros do chamado terrorismo de ocasião. Nada de anormal para um magistrado que nunca foi amigo de ninguém. Talvez nem dele mesmo. Que o digam seus antigos pares do Superior Tribunal de Justiça e a maioria da atual composição da Suprema Corte.

Com todo respeito ao magistrado Luiz Fux, mas, desde o início do julgamento, o mundo inteiro sabia que o cidadão de toga Luiz Fux votaria para marcar posição junto às hostes bolsonaristas. Com seus argumentos, ele também fincou raízes nos Estados Unidos de Eduardo Bolsonaro, se cacifou para vice numa eventual chapa presidencial com Tarcísio de Freitas e, quem sabe, um futuro juristur à Casa Branca, à Disney e adjacências sem qualquer preocupação com a guarda revolucionária de Benjamin Netanyahu.

Sem entrar no mérito do certo ou errado, o fato é que seu voto divergente o transformou no mais novo queridinho da tropa de Jair Bolsonaro. Mais do que vergonhosas, as professorais alegações de Fux em favor de Jair Bolsonaro foram mais marcantes do que todas as palavras de ordem proferidas contra o STF por Silas Malafaia, Tarcísio de Freitas, Valdemar Costa Neto e similares. Do alto de um imaginário palanque, o ministro parecia estar discursando para o cercadinho bolsonarista.

Interessante é que o mesmo Luiz Fux que jogou Alexandre de Moraes, Flávio Dino e, acredita-se, Carmén Lúcia e Zanin aos ferozes cães yankees, acompanhou recentemente o colegiado da 1ª. Turma que condenou centenas de bagrinhos envolvidos no segundo tempo do golpe, levante que ficou mundialmente conhecido com a barbárie do 8 de janeiro de 2023. Qual a diferença entre as raias miúdas e os tubarões do golpe articulado, montado e executado no Palácio do Planalto de Jair Messias Bolsonaro?

Se querem mesmo saber, perguntem a Trump, a Eduardo Bolsonaro, ao aspone Paulo Figueiredo e aos vassalos do presidente norte-americano. Lamentável, mas a lista ganhou mais um graduado membro. No longo, repetitivo e perfumado voto, Luiz Fux só faltou dizer que o golpista é Alexandre de Moraes, assessorado por Flávio Dino. De caso pensado, ele passou para a história do STF como o autor de “um dos mais malucos votos da história do STF”, conforme textual de um colega da Corte.

O mesmo colega, certamente hoje ex-colega, acrescentou que Fux “desfez tudo que ele mesmo disse em centenas de casos iguais. Centenas”. É o Brasil desse tipo de brasileiro. É Luiz Fux, hoje amado por milhares, odiado por milhões e, imagino, sem o respeito de boa parte dos parceiros de toga. Repito que não foi diferente no STJ, sua casa de origem. Resumindo a ópera bufa encenada nessa quarta-feira (10) na 1ª. Turma do STF, é merecedor de registro o fato de que nenhum advogado de defesa defendeu tão bem os golpistas quanto Fux. Longe de mim querer transformar Alexandre de Moraes em herói e Luiz Fux em vilão, mas, por conta do antagonismo dos argumentos de ambos, ficou claro que, em qualquer instância da vida, dois carecas não se bicam.

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