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Jair e Eduardo semearam vento e vão colher tempestade

O Brasil imaginado por Jair Bolsonaro e seus quatro filhos pode ser definido pelas centenas de ditados populares criados e mantidos ao longo dos anos. Primeiro deles, quem nasceu para tiririca do brejo nunca chegará a lírio do campo é uma referência ao próprio ex-presidente, cuja índole de lobo mau nunca será entendida como cordeiro de Deus. Afinal, o lobo pode perder os dentes, porém sua natureza jamais. Diriam alguns mais céticos que filho de peixe, peixinho é tem o DNA do quase cassado deputado Eduardo Bolsonaro.

Com os dois pés na realidade e um dos olhos no padre e o outro na missa, digo e repito que mesmo a melhor das cobras é uma cobra. Aposto e dobro com o filho 03 é uma das mais peçonhentas. Do tipo que aproveitou pouco a vitória e nada aprendeu com a derrota, Jair Bolsonaro jogou o filho na fogueira da vaidade, obrigando o rebento a espalhar espinhos onde deveria plantar rosas. A ida de Eduardo Bolsonaro para os braços de Donald Trump tinha por objetivos lógicos recuperar o poder e, ao mesmo tempo, acabar com Lula e jogar Alexandre de Moraes à cova dos leões.

Como mente vazia é a oficina do diabo, o pai esqueceu de lembrar ao filho aquele revelador provérbio nativo-americano: Se perseguir dois coelhos ao mesmo tempo, acabará por perder ambos. Esse foi o grande erro de Jair e Eduardo. Derrubar Lula e perseguir Moraes prejudicando o país e o povo custará a ambos os olhos da cara. Foram com muita sede ao pote e, agora, ouvem diariamente que não há bem que dure para sempre, nem mal que nunca se acabe. Para sorte do Brasil, eles ainda são estagiários dos representantes do mal.

Fossem macacos velhos, não meteriam a mão em cumbuca, aqui representada pelo tarifaço imposto por Trump a pedido do clã. O tiro saiu pela culatra. Como quem semeia ventos colhe tempestades, esperem bem acordados, pois camarão que dorme, a onda leva. Sobre as vítimas preferidas da sádica dupla, sabendo que quem quer a paz se prepara a guerra, tanto o presidente da República quanto o ministro do STF preferem aguardar tempo bom e seguir a máxima de que passarinho que acompanha morcego acorda de cabeça para baixo.

Em dias de calmaria, Lula e Alexandre de Moraes encarnam a tese de que muitas vezes se diz melhor calando do que falando em demasia. Em decorrência dos conflitos fabricados pelos Bolsonaro nesses últimos dias, os perseguidos decidiram anunciar ao mundo que em festa de jacu, inhambu não pia. Eles são autoridades e não criminosos. Como cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça, embora saibam que o melhor travesseiro é a consciência limpa, às vezes Lulinha e Xandão vestem o roupão de médico e louco com o seguinte bordão bordado no bolso esquerdo: O mesmo sol que derrete a manteiga endurece o barro.

Lamento pelos cidadãos que ainda acham Jair e Eduardo Bolsonaro pessoas do bem. Uma pena, mas, na boca de quem não presta, quem é bom não vale nada. Estejam certos de que, deliberada e injustamente punidos por dois Judas, o Brasil e os brasileiros darão a volta por cima e dirão em breve que a arrogância vem antes da queda. As eleições não tardam a chegar. Será a prova de que o machado esquece o mal que causa à árvore, mas a árvore recordará sempre. Chegará o dia em que todos terão a certeza de que a vingança é um prato que se serve frio. Como eleitor que vota pensando prioritariamente no país, lembro a Jair e a Eduardo Bolsonaro, bem como a todos os que seguem suas maldades, que bater uma porta é esquecer que um dia vocês podem querer voltar. Para bom entendedor, meia palavra basta.

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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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