No mesmo dia em que Donald Trump surpreendeu ao chamar Lula de um “cara legal” em discurso na ONU, as portas da cassação começaram a se abrir para Eduardo Bolsonaro (PL).
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A medida, solicitada pelo procurador-geral Paulo Gonet, formaliza a comunicação à Casa e abre espaço para que sejam tomadas medidas disciplinares contra o parlamentar — inclusive a perda de mandato.
Eduardo e o blogueiro Paulo Figueiredo foram denunciados por coação no curso do processo. Segundo a PGR, ambos estimularam a adoção de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil e ministros do Supremo, em mais um gesto que afronta a soberania nacional.
Na mesma decisão, Moraes autorizou as defesas dos acusados a terem acesso às investigações sobre o chamado tarifaço. Os dois, vale lembrar, vivem confortavelmente nos Estados Unidos, enquanto seguem atiçando crises institucionais à distância.
A pressão sobre Eduardo cresceu ainda mais quando Hugo Motta, horas antes, negou sua indicação para a liderança da minoria na Câmara, sob a justificativa de que o deputado não pode exercer a função por estar no exterior.
Em reação, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo divulgaram nota conjunta atacando a PGR, chamando a denúncia de “fajuta” e insistindo que continuarão a articular com “parceiros internacionais” novas sanções contra autoridades brasileiras. Na mesma nota, voltaram a defender uma “anistia ampla, geral e irrestrita” como saída para a crise política.
O movimento desta terça-feira deixa claro que a paciência institucional com o bolsonarismo radical parece estar chegando ao limite, e o caminho para a cassação de Eduardo Bolsonaro já não é apenas uma hipótese distante — é uma possibilidade real em curso.
………………….
Marta Nobre é Editora Executiva de Notibras
