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Luta pela igualdade é uma batalha diária da mulher

No coração do Brasil, o Nordeste pulsa com cultura, resistência e beleza. Mas por trás das paisagens e das festas tradicionais, muitas mulheres nordestinas enfrentam diariamente uma dura realidade: a desigualdade de gênero que insiste em se manter viva, mesmo em tempos de avanço social.

De acordo com dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, estados nordestinos continuam registrando altos índices de violência contra a mulher. Muitas delas, principalmente em áreas rurais ou comunidades periféricas, enfrentam dificuldades para acessar serviços básicos como saúde, justiça e proteção.

“A mulher aqui é ensinada desde pequena a aguentar tudo calada. Mas isso precisa mudar”, conta Maria das Dores, moradora do interior do Piauí, sobrevivente de violência doméstica e hoje ativista pelos direitos femininos em sua comunidade.

A desigualdade também é evidente no mercado de trabalho. Mulheres nordestinas recebem, em média, salários inferiores aos dos homens, mesmo ocupando funções semelhantes. Além disso, muitas precisam conciliar jornadas triplas: o trabalho formal ou informal, as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos e idosos da família.

Na zona rural, o cenário é ainda mais desafiador. Agricultoras familiares, muitas vezes, não têm acesso à terra, crédito ou políticas públicas de incentivo.

Apesar dos obstáculos, as mulheres nordestinas seguem resistindo. Seja nas associações de bairro, nos coletivos culturais, nas feiras, nas escolas ou nos sindicatos, elas levantam a voz por mudanças. Há uma crescente onda de lideranças femininas ocupando espaços de decisão, promovendo projetos de empreendedorismo, educação e defesa dos direitos humanos.

“Lutar por igualdade aqui não é uma opção. É uma necessidade. Nós fazemos isso todos os dias, com coragem e união”, afirma Lúcia Helena, fundadora de um coletivo de mulheres em Salvador, Bahia.

A luta pela igualdade de gênero no Nordeste continua sendo uma batalha diária marcada por resistência, solidariedade e esperança. Para que as mulheres nordestinas tenham seus direitos plenamente garantidos, é preciso investimento em políticas públicas, educação de base e combate firme à cultura do machismo e da violência.

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