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Moleques de recado, bolsonaristas envergonham o Congresso Nacional

Como jabutis e gazelas com a empáfia de raposas ou de hienas no cio, expressiva parcela do bolsonarismo já percebeu, mas ainda não engoliu, a nocividade do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho 03, Eduardo Bolsonaro. Com muito mais intensidade, o restante da sociedade que não aceita vitórias no grito, está envergonhada com a ação desmoralizante do filho 01 e dos deputados e senadores amasiados com o mito. Coitados dos eleitores que se propuseram a aceitar a ignorância desses indignos congressistas de meia pataca.

Seja parlamentar ou cidadão comum, qualquer um tem o direito de se manifestar contra o que imagina fora do tom ou da curva. Inaceitável é o desrespeito ao país, ao Congresso Nacional que os absorveu e, por extensão, à população ordeira e que está até o topo com o esgoto da política nacional. Querer transformar um golpista e um traíra assumidamente perversos em senhores do Brasil é acreditar que o amanhã nunca virá. É jurar que eles realmente tomarão a nação de assalto com um Jeep, um cabo, um soldado e um bando de aloprados.

Tenho pena dos covardes travestidos de parlamentares sérios e corretos. Como moleques de recado, se sujeitam ao circo da obstrução exclusivamente para manter o mandato de Eduardo e impedir a prisão de Jair Bolsonaro. Não conseguirão. Na verdade, o que eles também querem é se livrar das futuras grades salvar o mandato. Abusiva, descarada, atrevida e arrogantemente, a corja bolsonarista não quer apenas desrespeitar as regras do jogo democrático, mas gerar o caos para tentar impor o toque de recolher àqueles que defendem a ordem e as leis.

Será que em 2026 sobrará algum eleitor com coragem de se associar a esse bando de animais peçonhentos? Infelizmente, é claro que sim. Como dizia minha avó, jamais faltará um chinelo velho para um pé descalço. Sem a metáfora, desde que o mundo é mundo, tem bobo para tudo. Pior é a certeza de que uma vez fanáticos, sempre fanáticos. Todavia, é bom que eles, os animais, saibam que, para fazer verão, as andorinhas precisam estar em bandos. Não vislumbro a manutenção do bando de bobos para segurar o bando de espertos até lá.

O povo se cansou de palhaçadas, de chicanas. Deputados e senadores foram eleitos para servir à sociedade e não para defender interesses próprios ou de criminosos. O povo quer trabalho, comida à mesa, paz e tranquilidade. A vergonha produzida pelos bolsonaristas no Congresso Nacional alcançou o mundo. Mais do que triste, é chocante assistir indecências e idiotices pessoais como se fossem propostas decentes do colégio de parlamentares. Parafraseando aquele famoso cozinheiro francês, vocês, os bolsonaristas, são a vergonha da nação, um mal desnecessário. Embora ache tudo isso, nada contra o apavorado e apenado clã do mal.

Qualquer um dos Bolsonaro tem o direito de pleitear a Presidência da República. Aguardem a vez e tentem novamente. Além de feio, ganhar no grito o que perderam nas urnas é antidemocrático. Apesar dos esperneios, a família não conseguirá. Da mesma forma que envergonham o Brasil no exterior, é vergonhoso prejudicar a vida de um magistrado que está apenas cumprindo seu dever constitucional de punir criminosos indesejáveis para a maioria da população. Pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes é desconhecer o outro lado do bolsonarismo. Alcançar 41 assinaturas para encaminhar o pedido à mesa do Senado é o mesmo que engarrafar fumaça. Quero ver buscar os 54 votos – dois terços da Casa – necessários para impedir Moraes de levar Bolsonaro para as merecidas férias de, quem sabe, 40 anos.

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Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais

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