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Nordestino começa a resistir à prova de crises climáticas

Enquanto outras regiões sofrem, o Nordeste tem se confirmado como um símbolo de resistência. Em 2024, 57 % dos nordestinos relataram que eventos climáticos foram piores ou muito piores que o habitual, incluindo calor extremo, secas prolongadas e chuvas irregulares

Mesmo diante dessa adversidade, o Nordeste resiste com inovação e mobilização comunitária. Projetos de infraestrutura como poços solares e cisternas têm sido pilares estruturantes

Iniciativas que transformam realidades

Projeto Sertão Vivo
Uma iniciativa conjunta entre o FIDA (ONU), BNDES e governos estaduais, o Sertão Vivo investe cerca de R$ 1,8 bilhão para apoiar práticas agrícolas sustentáveis em nove estados do Nordeste. O projeto já beneficia mais de 250 mil pessoas no Ceará e deve alcançar 1,8 milhão de famílias no total, enfocando mulheres, jovens e comunidades tradicionais

Desafios climáticos que testam a região

Em 2024, 57% da população nordestina classificou os eventos climáticos como “piores que o habitual”, incluindo fortes secas, chuvas irregulares e calor extremo. No interior rural com renda até um salário mínimo, essa percepção atingiu 86% dos entrevistados.

Esses impactos evidenciam a urgência de intervenções estruturadas, já que escassez hídrica e fenômenos climáticos extremos têm ameaçado rendas e subsistência de comunidades tradicionais.

Inovações e políticas públicas como resposta

Sistemas resilientes ao clima, como cisternas, barreiros subterrâneos e agroflorestais adaptados à caatinga, têm sido implementados por meio de iniciativas públicas e privadas, garantindo acesso à água, produção sustentável e restauração ambiental

Projeto Sertão Vivo: uma obra de longa escala

* Lançado em outubro de 2023 pelo Governo Federal com apoio do BNDES e do FIDA (ONU), o Sertão Vivo mobiliza R$ 1,75 bilhão, beneficiando até 430 mil famílias no semiárido nordestino

* Após ampliação, o projeto cobre todos os estados do Nordeste, com R$ 1,8 bilhão e meta de apoiar até 2 milhões de pessoas

* No Ceará, primeira operação de R$ 252 milhões beneficiou 63 mil famílias em 72 municípios

* Em Pernambuco e Bahia, aproximadamente R$ 299 milhões foram destinados a 75 mil famílias em cada estado, com sistemas agroecológicos e infraestrutura hídrica sustentável

O projeto prioriza a agroecologia, segurança alimentar, ações climáticas e inclusão de populações tradicionais (indígenas, quilombolas, assentados

Resiliência comunitária em prática

O Projeto Nordeste pela Resiliência Climática, implementado por Visão Mundial e BHA/USAID, alcançou mais de 1.200 participantes e promove oficinas, treinamentos com Defesa Civil e mutirões comunitários. Já começa a transformar realidades locais por meio de liderança comunitária e capacitação prática (com reconhecimento em municípios como Cabo de Santo Agostinho)
Impacta Nordeste

O futuro sustentável

A combinação de resposta climática e políticas sustentáveis tem gerado impactos econômicos: o Nordeste deve liderar crescimento econômico no Brasil entre 2025 e 2033, com estimativa de expansão do PIB entre 3,4% e 3,8% ao ano — acima da média nacional. A agroenergia, turismo e indústria fortalecem a transformação econômica regional

Nesta jornada, o Nordeste acrescenta força econômica, é resposta aos desafios climáticos e exemplo de inovação social, consolidando-se como região protagonista no enfrentamento da pobreza rural e das mudanças climáticas.

Num contexto onde crises climáticas ameaçam o semiárido, o Nordeste demonstra força ao resistir e liderar soluções. Por meio de parcerias trilaterais (governo, ONU, setor local) e protagonismo comunitário, a região hoje é referência de resiliência, modelo de convivência com o Semiárido — e exemplo para o Brasil e o mundo.

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