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Paraguai sugere alijar Caracas e tomar as rédeas para levantar o Mercosul

Loizaga cobra mudanças na Venezuela, com menos retórica e mais liberdade

O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, disse nesta segunda-feira que seu país proporá uma administração temporária para o Mercosul até que se normalize a situação econômica, social e política da Venezuela. Junto com Argentina e Brasil, o Paraguai não reconhece a Venezuela na presidência do organismo, após o final do mandato rotativo do Uruguai, porque Caracas não cumpriria o previsto nos regulamentos do bloco.

“Atualmente, há uma acefalia no Mercosul, portanto proporemos uma administração temporária até que a Venezuela cumpra todos os requisitos para ser considerada membro pleno”, afirmou o chanceler paraguaio. Loizaga falou sobre o tema após uma reunião com Luis Florido, presidente da comissão de Política Externa da Câmara dos Deputados da Venezuela, que foi acompanhado de Carlos Vecchio, coordenador da agrupação venezuelana Voluntad Popular, contrária ao governo do presidente Nicolás Maduro.

O ministro paraguaio confirmou que nesta terça-feira em Montevidéu se reunirão os coordenadores para o Mercosul de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Segundo Loizaga, a Venezuela foi convidada por escrito, mas não respondeu se enviará ou não representante. Nesta reunião “se analisará a situação legal da Venezuela”, segundo o ministro.

Loizaga afirmou que, mesmo em meio a controvérsias entre autoridades de Paraguai e Venezuela, “a relação diplomática não sofreu uma ruptura”.

Florido, por sua vez, disse que Loizaga foi informado sobre as condições “impróprias” da prisão do líder opositor Leopoldo López e de outros presos políticos que segundo ele têm os direitos humanos violados. “Agradecemos ao Paraguai seu respaldo à Venezuela para que no marco do Mercosul se cumpra com a Constituição e o Protocolo de Ushuaia (sobre a democracia)”, acrescentou o político venezuelano.

A Venezuela entrou no Mercosul em junho de 2012 em uma cúpula em Mendoza, na Argentina, após a suspensão por tempo indeterminado do Paraguai. Essa punição ao Paraguai havia sido imposta como castigo pela destituição por parte do Senado do então presidente Fernando Lugo.

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