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Prepare o seu bolso, porque vem mais imposto pela frente

Thaís Barcellos, Eduardo Laguna e Álvaro Campos
Bartô Granja, Edição

O economista-chefe do Banco Safra e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, acredita que os números apresentados pelo governo na quarta, 22, em relação ao Orçamento, são confiáveis, mas que o grande desafio é buscar efetivamente as receitas extraordinárias para cumprir a meta fiscal de déficit primário de R$ 139 bilhões.

A equipe econômica identificou um rombo de R$ 58,168 bilhões no orçamento, com o aumento das estimativas de despesas e a queda das receitas previstas. Mas os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, disseram que esse não será o contingenciamento total, visto que ainda há a expectativa de entrada de até R$ 18 bilhões em receitas extraordinárias que dependem de decisão judicial.

Apesar do ruído gerado com o adiamento do anúncio do contingenciamento, Kawall avaliou que o fundamental é que o grau de transparência do governo é grande. Segundo ele, a cautela é necessária para evitar que se divulguem expectativas que não irão se confirmar, como acontecia na gestão anterior. “Ficamos mais seguros da exequibilidade dos números.”

Sobre o aumento de impostos, o economista avaliou que essa será uma decisão de governo. “Se o governo achar que o contingenciamento é muito alto e que precisa de contribuição da receita, pode aumentar tributos”, afirmou. “Temos de esperar até a próxima semana.”

O economista-chefe da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira, avalia que as declarações do ministro Henrique Meirelles, sobre a possibilidade de o governo recorrer a aumento de impostos para cobrir o buraco das contas públicas, não deixam dúvidas de que a carga tributária vai subir.

A dúvida agora reside em qual imposto será mexido, disse, Para ele, aumentos na Cide – o imposto dos combustíveis – e a recriação da CPMF são opções com boa chance de serem anunciadas. “Agora é questão de tempo para o governo anunciar qual tributo vai subir.”

Para Marco Antonio Caruso, economista do Banco Pine, o rombo anunciado de R$ 58,168 bilhões mostra que a situação fiscal não é fácil. “Cortar quase R$ 60 bilhões de um orçamento já bastante apertado é difícil”, comenta. Segundo ele, o governo terá de elevar impostos. “Não tem para onde correr.”

Mas, para o analista, as opções do governo para a elevação de impostos são limitadas, tendo em vista que algumas medidas exigiriam um prazo longo para poder entrar em vigor. Segundo ele, a elevação da Cide e do PIS/Cofins, que pode ser feita no curto prazo, tem efeito baixo na arrecadação.

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