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Procissão do Fogaréu é reconhecida como patrimônio cultural imaterial

A histórica Procissão do Fogaréu, realizada anualmente em Oeiras, ganhou reconhecimento oficial como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Piauí. O título foi concedido pela Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), por meio do Projeto de Lei Ordinária nº 214/2025, de autoria da deputada Vanessa Tapety (MDB).

Com mais de duzentos anos de história, a Procissão do Fogaréu é uma das expressões religiosas mais marcantes do Piauí. O cortejo acontece na noite da Quinta-Feira Santa, quando milhares de homens, vestidos com túnicas e empunhando tochas, percorrem cerca de dois quilômetros pelas ruas do Centro Histórico de Oeiras, a primeira capital do estado.

O ritual encena simbolicamente a perseguição de Jesus Cristo pelos soldados romanos, momentos antes da crucificação. As luzes da cidade se apagam, restando apenas o brilho das chamas e o som das orações, criando uma atmosfera de profunda fé e emoção.

Com o novo título, a Procissão passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Piauí, reforçando seu valor histórico, artístico e espiritual. Segundo a deputada Vanessa Tapety, o reconhecimento é uma forma de preservar e valorizar a identidade cultural do povo oeirense e piauiense:

“A Procissão do Fogaréu representa a fé, a tradição e a história de Oeiras. É um patrimônio vivo, que precisa ser reconhecido e protegido para as futuras gerações”, destacou a parlamentar.

O reconhecimento como patrimônio imaterial garante mais visibilidade ao evento e abre espaço para ações de preservação, pesquisa e incentivo turístico, fortalecendo a economia local e o sentimento de pertencimento da comunidade.

Oeiras é amplamente reconhecida como a capital da fé do Piauí e um dos maiores centros históricos do Nordeste. A Procissão do Fogaréu atrai anualmente milhares de fiéis e visitantes, movimentando o turismo religioso e consolidando a cidade como referência cultural e espiritual.

Além da dimensão religiosa, o evento é um espetáculo visual e simbólico, que envolve arte, música sacra e teatralidade popular, transmitindo valores de devoção e solidariedade entre os participantes.

Mais do que uma celebração, a Procissão do Fogaréu é um rito de memória e resistência cultural. O reconhecimento estadual reforça a importância de preservar essa manifestação, que une passado e presente em um mesmo gesto de fé.

A partir de agora, o desafio é garantir que a tradição siga viva, mantendo seu sentido original e, ao mesmo tempo, acompanhando as transformações da sociedade e do turismo religioso.

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