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Prova dos nove comprova que Jair Bolsonaro nunca foi o enviado de Deus

Os patriotas de araque, aqueles que se fingem de normais, pregavam entre eles a mentirosa dúvida sobre a tentativa de golpe. Como eles insistem na tese de que foi o rabo que mordeu o cachorro, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes usou tintas nas cores verde e amarelo para desenhar no céu do Brasil que confiscou de vez a licença que Jair Bolsonaro tinha para matar. O voto que ele proferiu nessa terça-feira (09) acabou com a marmota criada pelos bolsonaristas de que o golpe contra Lula e contra a democracia não passou de bravata da turma que aprendeu a odiar todos os que verdadeiramente amam a pátria.

Como toque quase final, o ministro Flávio Dino fez a moldura para o quadro pintado por Moraes. Mais do que cavucar as entranhas daqueles que são capazes de desonrar a si mesmos para apoiar as barbaridades cometidas pelo “mito”, Xandão e Dino lacraram a boca suja daqueles que, esquizofrênica e criminosamente, não conseguem enxergar que Jair Bolsonaro não passa de um líder de ocasião. Os sótãos, porões e lixões que servem de esconderijo para as ratazanas bolsonaristas estão em chamas. O fogo que novamente sapecou o principal roedor se alastrou e deve atingir as línguas, as unhas e os caninos dos camundongos em formação, consequentemente menos hostis.

Dois dias depois de o 7 de setembro mostrar ao mundo que a maioria dos brasileiros se orgulha do país e quer a plenitude da democracia, o fundamentado voto de Alexandre de Moraes provou do início ao fim que o 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes não foi um domingo no parque. Foi a derradeira tentativa de retomar uma ditadura que boa parte do povo ainda não esqueceu. Idiotizados pela própria natureza, muitos dos bolsonaristas raiz devem continuar nas ruas e avenidas buscando contrariar o óbvio. Eles já haviam feito isso quando elegeram Bolsonaro deputado federal em 1990.

Reiterando a afirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro e a súcia do mal só não deram o golpe porque o Brasil não permitiu, as estrelinhas do voto do ministro Xandão iluminaram a realidade e escancaram a anormalidade daqueles que morrerão enxergando o ex-presidente como o enviado de Deus para trazer felicidade para o Brasil e para os brasileiros. Triste, mas é preciso admitir com todas as letras que é assim que os esfarrapados e falsos democratas enxergam e admiram os que fazem da sujeira e da violência seu modus operandi.

É visceral e não adianta a 1ª. Turma do STF decidir que não foi a velhinha cega e trôpega quem atropelou Bolsonaro. Além de vergonhosa e flagrantemente marginal, a movimentação popular e política dos que se mantêm achincalhando o Judiciário, xingando os ministros da Suprema Corte e exigindo anistia para golpistas e baderneiros é um desrespeito à nação. Por isso, o desprezo mais absoluto dos patriotas aos traidores da pátria, principalmente aos deputados e senadores que, em vez de sugerir ideias contra a criminalidade, se posicionam diariamente em favor do banditismo.

Enrolados na bandeira dos EUA, os párias e marionetes que continuarão saindo às ruas precisam ser informados de que as ditaduras jamais permitem passeatas pela democracia ou pela falsa brasilidade. Perderam, manés! Vasculhem o esgoto da política nacional e tentem encontrar um rato mais qualificado. Por enquanto, todos são da mesma linhagem. Para quem não se lembra, Xandão repete a cena do dia 1º. de setembro de 1986, quando o tenente Bolsonaro foi preso após assinar um artigo na Revista Veja. Na sequência, ele acabou expulso do Exército pelo então presidente Ernesto Geisel. Anos mais tarde, por três votos a dois, o Superior Tribunal Militar revogou a decisão. Pois nessa terça-feira, 39 anos depois, o mesmo Bolsonaro começou a ser expulso da vida pública.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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