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Renato Gomes deixa BC como clone de ano tenebroso para o mercado financeiro

Renato Gomes está deixando a diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, do Banco Central, nesta quarta-feira, 31. Seu mandato vence justamente no último dia do ano, e ele não será reconduzido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No mercado financeiro, o que se comenta é que o ainda (por mais 48 horas) diretor vai embora como clone de um ano tenebroso. Analistas avaliam que Renato deixa apenas a marca de uma gestão com total ausência de critérios claros.

A título de ilustração, comenta-se, inclusive nos corredores do próprio Banco Central, que alguns processos regulatórios demoravam meses sem explicação. Em contrapartida, outros eram aprovados em velocidade recorde. O certo – confidenciou a Notibras uma autoridade monetária – é que ninguém conseguia entender qual era a regra do jogo.

Durante a passagem de Renato Gomes pelo BC, o mercado viveu momentos de tensões, fruto de decisões importantes que vinham acompanhadas apenas de notas genéricas, sem detalhamento técnico e sem prestação real de contas. Nessas ocasiões, quando questionado, o Banco Central respondia com silêncio ou textos vazios. Até que essa opacidade virou método.

Para empresas, investidores e o mercado em geral, isso gerou insegurança jurídica. Ninguém sabia o que esperar do regulador. “Diante desse cenário, quando não há previsibilidade, o custo do risco aumenta para todo mundo. Como consequência imediata, redução de investimento e em inovação”, pontuou um prócer do sistema financeiro.

Ainda de acordo com especialistas em finanças públicas e de grandes conglomerados, a soma desses fatores, contrariando a tese de que a matemática é uma ciência exata, teve como resultado final a manutenção de uma economia cada vez mais travada.

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Dora Andrade é Editora de Economia de Notibras

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