Notibras

Ressuscitado, Nero quer Brasil com bandeira vermelha, azul e branco

Transformar a política nacional em espetáculo nunca será uma prática imaginada por pessoas de bem e que verdadeiramente pensam e agem como patriotas. Só pode ser sinal traíras, profetas do mal ou patriotas de oportunidade. As ações programadas pela família e pelos capachos mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro dão conta de que, muito mais do que um parquinho de diversões, que é como eles avaliam o 8 de janeiro de 2023, a ideia dos bolsonaristas é ver o circo pegando fogo. Fogo posto, salve-se aquele que puder, independentemente de quem esteja sob a lona. Queiram ou não os fanáticos, é a espetacularização da loucura humana.

Diante do quadro pintado desde as eleições de 2022, não é exagero algum imaginar o imperador romano Nero se materializando na figura de Bolsonaro. Talvez eu possa ir mais longe e associar o líder da proposta de caos no Brasil como a encarnação de Adolf Hitler, Mussolini, Saddam Hussein e Napoleão Bonaparte. A diferença é que nenhum desses ditadores teve apoio explícito do diabo configurado no presidente da nação mais rica do planeta. É uma vergonha, mas eles, os maldosos bolsonaristas, sonham e apostam na falência política, econômica e social do país que tanto dizem amar.

Para quem se acostumou com a aparente serenidade de nossos políticos, parece o fim do mundo assistir deputados e senadores trabalhando contra a própria pátria. Não apenas parece. O que vem ocorrendo no Congresso Nacional, local utilizado por alguns desses indignos senhores e senhoras como reduto de mercenários pagos pelo governo dos Estados Unidos prova que realmente estamos no fim do mundo. À luz do dia, parlamentares que vivem do dinheiro público erguem bandeiras alheias, trabalham claramente para acabar com a democracia, tentam minar a força da população e, se possível, lutarão para devolver o Brasil à condição de colônia.

Por essas e outras, chamá-los de indignos talvez soe como elogio. Juntos ou sozinhos, são piores do que cobras com peçonhas irreversíveis e muito mais daninhos do que um conclave de traficantes e de milicianos. O cúmulo da indignidade é o grupo que se autoproclama “patriota” tornar pública sua subserviência escolar a um mandatário fascista, racista, homofóbico e xenófobo, entre outros predicados negativos. São os tais que, a pretexto de limar os “comunistas”, querem assumir o comando unilateral e indivisível do Brasil.

Tudo será deles, inclusive nós, o povo passivo, relapso, ausente, negligente, descuidado, omisso e submisso. Para aqueles que, como eu, se acostumaram à “serenidade negociada” da política e da economia brasileira, é difícil aceitar viver em um cenário absolutamente fora do padrão. No Brasil da família Bolsonaro, o verde e o amarelo de nossa bandeira se transformariam em vermelho, azul e branco. No Brasil do clã, infelizmente a dor de muitos é motivo de piada para alguns. Para outros, como determinados filhinhos do papai golpista Bolsonaro, é moeda de troca com governantes que também adoram sorrir com o sofrimento alheio. É claro que, politicamente, já vivemos dias muito ruins.

A classe denominada parlamentar nunca mereceu confiança, muito menos apreço. Entretanto, em épocas passadas, apesar de toda a desconsideração com o eleitor e dos prejuízos aos cofres públicos, boa parte dos deputados e senadores pelo menos merecia respeito. Hoje, a maioria esmagadora dá nojo. Lembro que, com os antigos, não havia negociação sobre o patriotismo. Embora tenham diploma, carteirinha e firma reconhecida de patriotas, os atuais parlamentares usam o termo exclusivamente para destruir o país e a sociedade brasileira. Tudo em nome de um golpista confesso. Deus está vendo. Não posso falar por todos, mas, se depender de mim, nossa bandeira jamais terá as cores vermelho, branco e azul.

…………………..

Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais

Sair da versão mobile