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Seca na Lagoa do Portinho, no Piauí, é ‘natural da região’, diz governo

A Lagoa do Portinho, um dos principais cartões-postais da região litorânea do Piauí, voltou a apresentar sinais de seca nas últimas semanas. Moradores relatam que o nível da água recuou cerca de 10 metros, alterando a paisagem e afetando atividades turísticas e de subsistência no entorno. Apesar da preocupação da comunidade, a Secretaria de Meio Ambiente do estado afirma que o fenômeno é “natural da região” e costuma ocorrer em períodos de estiagem prolongada.

Segundo relatos de quem vive há décadas no local, o avanço da areia e a diminuição do espelho d’água têm ocorrido de forma mais acelerada neste ano. Barqueiros, comerciantes e moradores relatam que áreas antes ocupadas pela lagoa agora estão completamente secas, revelando bancos de areia e dificultando a navegação. “Nunca vimos baixar tanto em tão pouco tempo”, disse um morador, que teme que o cenário piore caso as chuvas não retornem.

A Secretaria de Meio Ambiente, no entanto, esclarece que a Lagoa do Portinho é um sistema natural influenciado pelos ventos fortes, pela dinâmica das dunas e pelo regime de chuvas da região. De acordo com o órgão, durante o período mais seco é comum que a água recue, mas o volume tende a se recuperar com as chuvas do próximo trimestre. Técnicos afirmam que o movimento das dunas pode provocar bloqueios temporários na entrada de água, contribuindo para a diminuição observada.

Mesmo considerada uma oscilação natural, a situação preocupa o setor turístico, que tem na lagoa uma de suas maiores atrações. Restaurantes e quiosques já registram queda no movimento, enquanto esportes aquáticos, como stand-up paddle e passeios de pedalinho, estão temporariamente suspensos em algumas áreas devido à baixa profundidade.

Moradores também defendem que, além das condições climáticas, a degradação ambiental e a ocupação irregular podem estar agravando o problema. Eles cobram ações que garantam a preservação da lagoa, como controle de áreas de construção, manejo adequado das dunas e monitoramento constante do nível da água.

A Secretaria informou que continuará acompanhando a situação e que novos levantamentos técnicos serão feitos para avaliar se há interferência humana no processo. Enquanto isso, a população segue na expectativa de que a chegada das chuvas devolva à Lagoa do Portinho o volume habitual e alivie as preocupações de quem vive do turismo e da pesca artesanal no local.

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