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Selada a paz, casinha bolsonarista fica fechada

E agora, Jair? O que fazer, Dudu Palhaçada? Continuarão no Brasil? Voltarão para Pasárgada? Tentarão a sorte naquela ponte que partiu? Se estiverem indo para a casa do cacho, conhecerão pessoas pouco gentis como vocês. Só não esqueçam de usar algumas flores no cabelo. Seja qual for o destino de vossas peçonhas, que fiquem bem longe de nós. Com todo respeito aos seres humanos que deveriam ser, como políticos vocês não são, temporariamente foram e dificilmente voltarão a ser bem-vindos. Tchau! Inté! Au revoir! Arrivederci! Hasta luego! E, como diria Donald Trump, Bye bye! ou See you later!

Como as rosas e os espinhos, a vida é sempre cheia de paradoxos. O maior e mais recente deles pegou a bolsonarada e a patriotada de surpresa. Inicialmente uma contradição, o destempero de Donald Trump em relação ao presidente Luiz Inácio e, por consequência, ao Brasil, virou lógica e uma grande honra para o presidente norte-americano. Tudo começou com uma ligeira química. Daí para o clima foi um pulo. Chegamos ao aperto de mão, ao abraço e, agora, certamente virão os acordos de interesse dos dois países. Amigos para sempre? Quem sabe!

Enfim, venceu o bom senso. Perderam os celerados e traidores da pátria. A agenda comercial, tarifas justas, o fim das desavenças e as negociações bilaterais que podem encerrar as sanções esdrúxulas e desnecessárias estão sobre as mesinhas de cabeceira de um e de outro mandatário. Elas devem ser mais importantes do que destemperos mútuos e ocasionais. É assim que tem de ser a convivência entre líderes de nações importantes como são o Brasil e os Estados Unidos. Mais importante do que elogios pueris e eventuais, é o reconhecimento de que Lula da Silva não é um qualquer.

Ao reconhecer publicamente que o presidente brasileiro está fazendo um bom trabalho, Trump enterrou definitivamente o sonho bolsonarista de contar com a força dos EUA contra o líder petista. Resumindo, fechou a casinha presidencial para a trupe bolsonarista. Um evento dessa natureza não deveria ter vencidos ou vencedores, na medida que o principal objetivo é a recuperação simbólica da soberania nacional, perdida depois que o deputado (?) Eduardo Bolsonaro decidiu trair a própria pátria. Entretanto, a disputa de versões mostrou o contrário.

Enquanto a base de Lula exaltava o lucro político e a recuperação da importância do Brasil junto à Casa Branca, Eduardo Bolsonaro e sua trupe atingiam orgasmos múltiplos com os rápidos elogios de Donald Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Natural que ele tivesse elogiado. Por mais antagônicos que sejam, não tenho notícias de que nenhum homem público tenha esculhambado outro após ser indagado sobre ele. Versões à parte, vale lembrar que Trump foi lacônico em relação a Bolsonaro: “Sinto muito pelo que aconteceu com ele”.

Até aí, morreram Neves, Valdemar Costa Neto, Tarcísio de Freitas e Luiz Fux. A química e o clima entre Trump e Lula parece inquestionavelmente consolidados. Não fosse o tirânico sonho do poder a qualquer custo, o Brasil de hoje estaria em paz e bem próximo de uma das eleições presidenciais mais disputadas de todos os tempos. Não está e, de acordo com as últimas pesquisas eleitorais, tudo indica que o pleito do ano que vem será um dos mais fáceis da história do PT. É só uma questão de percepção. Quanto a Eduardo Bolsonaro, entube e, se possível, engula as lágrimas. O choro é livre.

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Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais

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