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Senadores misóginos se apequenam diante da grandeza de Marina

A indecência e a covardia utilizadas ontem (27) pelos servis senadores Marcos Valério (PL-RO), Plínio Valério (PSDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM) para intimidar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, beirou a escrotidão. Embora seja chulo, o termo não é nada exagerado para se dirigir a esses e outros parlamentares que, sob a coberta da impunidade, se acham imunes a ataques escrotos, truculentos, machistas, misóginos, xenófobos e até racistas a autoridades que pensam e agem com dignidade, princípio que certamente esqueceram na cozinha de suas casas.

Sem conteúdo, propostas e nenhuma ideia para o Brasil, tampouco para eles mesmos, os tais senadores primam pela bajulação explícita a um cidadão que, com dois ou três gritos, consegue bestificá-los a ponto de obrigá-los a reagir com agressividade extrema a quem os incomoda. Ministra de Estado, Marina foi convidada por esses senhores para falar sobre unidades de conservação na Margem Equatorial. Ela não conseguiu falar, porque os ditos senadores não se puseram no lugar deles e preferiram os xingamentos. Na verdade, se apequenaram diante da grandeza da ministra.

Melhor para o país que a ministra tenha sido impedida de falar por conta da truculência e da vergonhosa hostilidade dos trogloditas denominados representantes do povo. Como pessoas desse tipo não nascem, são ejetadas, chamar os senadores de brucutus é uma ofensa àqueles que, com alguma convicção, usam da força para defender os mais fracos. Esses pelo menos respeitam as pessoas, independentemente de que elas sejam mulheres. Para quem exige respeito de quem os visita, os senadores deviam, no mínimo, pedir desculpas às suas famílias.

Suas mães, esposas e filhas certamente reagiriam como Marina reagiu a insultos muito menores. Tenho pena das mulheres que orbitam no entorno desses camaradas que têm a coragem de se apresentarem ordinariamente como homens públicos. Se fossem, pensariam duas, três vezes antes de ofender gratuita, desonrosa e publicamente uma representante do governo brasileiro, hoje comandado por um político que eles odeiam apenas porque é mais inteligente do que todos os intolerantes juntos.

Pequenos demais para os cargos que ocupam, os machistas e misóginos que desrespeitaram Marina Silva talvez não tenham cérebro para perceber que ela é superior a qualquer um deles. Mostrou isso durante e após a audiência que não houve. Os estados de Rondônia e do Amazonas merecem políticos melhores, mais respeitosos, menos capachos e um pouco mais preocupados com a liturgia dos gabinetes e plenários que frequentam.

Difícil, pois provavelmente eles não conhecem e, se conhecerem, não alcançam a amplitude do termo. Quanto a seus eleitores, provavelmente os mesmos daquele a quem os senadores (?) adoram bajular, cada povo tem o governante, o parlamentar e o circo que merecem. Sobre Marina Silva, o país inteiro amanheceu hoje (28) fechado com ela. Azar dos covardes que só se acham machos quando estão em bando.

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Sonja Tavares é Editora de Política de Notibras

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